A resolução de um caso que chocou todo o Brasil permanece uma incógnita se foi assassinato ou suicídio, ocorrido com Paulo Bilynskyj e Pricila Bairros na manhã do dia 20 de maio, na cidade de São Bernardo do Campo (SP). Depois de ouvir a versão do delegado de que a namorada teria tentado tirar a própria vida, o surgimento de novas evidências pode levar o caso a uma completa reviravolta. A modelo, 27 anos, tinha um relacionamento amoroso com o delegado de 33 anos, que foi vítima de seis tiros, o que o levou a ficar internado em um hospital. Já Pricila veio a óbito com um tiro no peito.

Versão de Paulo Bilynskyj no hospital

Ao ser internado na UTI de um hospital, o delegado Paulo Bilynskyj gravou um vídeo contando a sua versão da história. Na gravação, ele sustentou que a namorada teria visto uma mensagem de aplicativo em seu celular, antes de ter ido morar em sua casa.

Na manhã do dia 20 maio, ao terminar o seu banho e sair do banheiro, ela teria dado seis tiros nele e, em seguida, um nela mesma: "Estou em estado grave e vou passar por uma cirurgia". Contudo, segundo algumas fontes que foram ouvidas pela revista Época, a perícia técnica revelou que a bala que trouxe a modelo a óbito não era da mesma arma que tinha ficado próximo ao seu corpo. Na análise sobre qual o percurso do projétil, a perícia chegou à conclusão de que a tentativa de tirar a própria é pouco provável.

Nova perícia no local

A Polícia realizou uma nova perícia no local do crime e chegou à conclusão de que a arma encontrada próximo ao corpo de Priscila (Glock 9 mm) não teria sido usada pela modelo. Outro fator que chamou a atenção dos investigadores foi que o carregador da pistola Glock (15 tiros de capacidade) tinha sido tirado do armamento.

O advogado que defende os interesses da família da moça, José Roberto Rosa, relatou que a falecida não tinha como tirar a própria vida e depois tirar o carregador da arma: "A troco do que ela faria isso?".

O delegado que faz a investigação do caso comentou que, caso Paulo Bilynskyj admitisse que a namorada teria tentado matá-lo com seis tiros e, em seguida, ele tivesse atirado e matado ela, o fato estaria consumado como legítima defesa.

Outra versão da família de Pricila Bairros

Um primo da vítima, Marcos Aurélio de Lima (empresário) não crê nem que o namorado tenha a executado em legítima defesa e nem que ela teria tentado tirar a própria vida. Em sua versão, ele levou em consideração que o delegado é um atirador profissional e que ele poderia dar somente um tiro para imobilizar a moça. Vale ressaltar que o tiro fatal que matou a modelo atingiu o seu coração.

Em coletiva realizada nesta terça-feira (19), pelos delegados Ronaldo Tossunian (delegado-chefe da Seccional do mesmo município) e Alberto José Mesquita Alves (delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia de São Bernardo do Campo), nenhuma das linhas de investigação estariam descartadas.

Outro fato levantado pelos profissionais, era de que não ocorreria suspeição por serem colegas de trabalho do delegado internado.

Um último fato, no mínimo suspeito, é que no dia em que foi confeccionada a ocorrência da polícia militar, havia sido descrito que no local tinha um 'arsenal bélico', com a inclusão de dois fuzis. No entanto, um deles estaria sem nenhuma identificação porém, no próximo final de semana, a Secretaria de Segurança Pública, disse que houve um engano com relação a esta arma sem registro e que, na verdade, dentro do apartamento só haveria um fuzil e que ele estaria devidamente registrado.