Celeide da Silva Valejo, de 35 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu na tarde desta segunda-feira (11), na Santa Casa de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Ele estava com 75% do corpo queimado após ter sido incendiada pelo companheiro no último final de semana após uma crise de ciúmes. O crime aconteceu em Anastácio, cidade que fica a 141 quilômetros da capital e o homem identificado como Marcelo Adriano Jeronymo Rocha, de 34 anos, foi preso em flagrante, horas depois. Ele disse que ingeriu bebida alcoólica e não sabe como o fogo começou.
De acordo com informações que constam no boletim de ocorrência, o caso ocorreu no último sábado (9), Celeide estava deitada no quarto quando o companheiro chegou até ela, despejou álcool em seu corpo e depois ateou fogo. As chamas destruíram parte do imóvel.
A Mulher foi socorrida por uma unidade do Corpo de Bombeiros e no caminho até o hospital relatou o que tinha acontecido. Inicialmente ele foi levada para o pronto-socorro de Aquidauana, cidade que fica ao lado de Anastácio, mas por conta da gravidade das queimaduras foi transferida para a Santa Casa de Campo Grande.
O boletim médico passado logo após a vítima ter dado entrada na Santa Casa informava que ela apresentava queimadura de terceiro grau nas regiões da barriga e peito.
Ela também possuía queimaduras de terceiro e segundo grau profundo nas costas, por todos os braços. O peito apresentava queimaduras de segundo grupo e havia queimaduras de segundo grau profundo nas coxas.
Ainda de acordo com o hospital, a vítima ainda chegou a ser reanimada após uma parada cardíaca, mas não resistiu e morreu.
Celeide é a 13ª vítima de feminicídio em MS
Em 2020, o estado do Mato Grosso do Sul tem registrado um caso de feminicídio a cada 26 dias, de acordo com as autoridades locais. O número é bem maior do que o registrado em 2019, quando o índice era um caso a cada 73 dias. O isolamento social por causa do novo coronavírus tem sido apontado como um dos fatores para o aumento da violência contra a mulher.
Em todo o ano de 2019 o estado registrou um total de 31 feminicídios, um a menos do que o registrado em 2018.
Em Campo Grande, de janeiro a maior deste ano cinco mulheres foram vítimas de feminicídio, o número é o igual a registrado em todo o ano passado.
Apesar do aumento do número de mulheres assassinadas, houve redução no registro de boletins de ocorrência. “Enquanto os boletins de ocorrência têm diminuído, as prisões têm aumentado”, disse Fernanda Mendes, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, em Campo Grande.
O número de prisões efetuadas em fevereiro, antes do início do isolamento social, foi de 25. Esse número saltou para 45 em abril, após a implantação da quarentena.