O Governo Bolsonaro tem enfrentado neste primeiro semestre de 2020 o agravamento das crises econômicas e políticas não só geradas pelo surgimento da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), mas também pelos partidos de oposição que têm aproveitado o momento para intensificar as ofensivas contra o presidente Jair Bolsonaro e sua família no Congresso.
Com a situação se agravando, o governo tem mostrado que deseja obter uma maior aproximação com o Centrão. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, assinada pelas jornalistas Camila Turtelli e Julia Lindner, essa seria uma forma do governo ficar blindado contra as acusações a ele destinadas por partidos da oposição.
Governo Bolsonaro se aproxima do Centrão
Ainda segundo o Estadão, com a pressão dos aliados em vista das diversas derrotas políticas em 2019, Bolsonaro começou a distribuir cargos a partidos do Centrão para obter apoio no Congresso, ressuscitando a velha política de troca, que sempre rebateu durante as campanhas eleitorais de 2018.
Segundo a reportagem, até o momento foram contemplados os partidos Progressistas, Republicanos, PL e há indícios de que a liderança do governo na Câmara provavelmente será transferida para algum indicado do bloco.
Um levantamento mostra que pelo menos sete pedidos de criação de CPIs foram requeridos por parlamentares e aguardam na fila para serem atendidos pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Bolsonaro acumula de 35 pedidos de impeachment
O governo Bolsonaro está há 17 meses na gestão do Brasil e até esta quinta-feira (21) já totaliza 35 pedidos de impeachment, conforme dados colhidos pelo Estadão. Dentre os pedidos estão a criação de comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as acusações feitas por Sergio Moro (ex-ministro da Justiça) ao presidente da República.
Em coletiva para justificar o motivo de sua saída do Ministério, Moro afirmou que Bolsonaro fez algumas tentativas de interferência na Polícia Federal (PF) com a finalidade de proteger aliados.
Segundo a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), quase todas as assinaturas para dar início a CPI já foram colhidas. Mas, não informou quantas ainda faltam.
Para que haja a abertura da CPI é preciso que 27 parlamentares assinem aprovando sua execução. O deputado Arnaldo Jardim (SP), líder do Cidadania, afirmou que não há contraposição entre as investigações parlamentares e aquela que já está sendo conduzida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O governo Bolsonaro tem procurado conter a continuação do pedido das CPIs. Segundo o Estadão, nos bastidores de Brasília, a expectativa é que a comissão baseada nas acusações de Moro pode ter potencial para ser ainda mais explosiva que a CPI dos Correios, em 2005, que apurou denúncias relacionadas ao processo do mensalão, na época sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Caso haja a criação da CPI, o colegiado poderá ter acesso a diversos documentos do governo federal, além de solicitar depoimentos dos envolvidos.
Lideranças diversas pedem o impeachment de Bolsonaro
O pedido de impeachment para Bolsonaro parte agora de uma união entre diversas siglas, associações e movimentos sociais que organizaram um único documento solicitando a saída de Bolsonaro da presidência da República. No documento, a oposição usa como justificativa a participação efetiva do presidente em movimentos antidemocráticos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso; a segunda diz respeito às denúncias de Moro sobre a possível interferência de Bolsonaro na Polícia Federal (PF) e a terceira é o insistente pronunciamento contra o isolamento social por conta da pandemia do coronavírus, contrariando as recomendações da Organização Mundial Nacional (OMS).
Portanto, o governo do presidente Bolsonaro está vivendo um momento de crise em âmbito político, econômico e sanitário, e precisa de maiores ações para driblar esse momento crítico que vive o Brasil.