Nesta quarta-feira (20), foi divulgado pelo Ministério da Saúde o protocolo que irá liberar a cloroquina para tratamento de casos leves do novo coronavírus no país.
O medicamento, que antes era empregado apenas em casos graves, onde não havia outras alternativas a oferecer ao paciente, agora, de acordo com o novo protocolo, também poderá ser oferecido aos pacientes que apresentam sintomas leves da doença.
Não há ainda, estudos científicos que comprovem a eficácia do medicamento no enfrentamento do coronavírus. Para receber os comprimidos o paciente precisará assinar um consentimento onde são destacados os riscos.
A cloroquina é usada principalmente em países menos desenvolvidos para o tratamento da malária.
Médicos e a cloroquina
Alguns médicos brasileiros já manifestaram opiniões sobre disponibilizar o medicamento a pacientes do coronavírus. Alexandre Biasi, do Instituo Hcor, por exemplo, explicou que não há estudos científicos sérios no exterior e nem no Brasil que comprovam a eficácia da droga.
O governo e a cloroquina
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), é um dos entusiastas da cloroquina, e por várias vezes defendeu em entrevistas e em suas redes sociais a liberação do medicamento a pacientes em tratamento da Covid-19.
O Brasil registrou nessa quarta-feira (20) um total de 17.983 óbitos em decorrência do coronavírus, e conta com um altíssimo número de infectados, que somam mais de 271 mil casos.
Só o estado de São Paulo registrou mais de 320 mortes nas últimas 24 horas. Se continuar nesse ritmo, é bem provável que o sistema de saúde do estado entre em colapso nas próximas semanas, alertam especialistas.
Institutos de pesquisa do mundo inteiro trabalham incansavelmente em estudos para encontrar possíveis tratamentos para o coronavírus.
Aqui no Brasil também há muitos pesquisadores engajados na busca de uma solução.
A sociedade de infectologistas alerta que os medicamentos hidroxicloroquina e cloroquina, além de ainda não possuírem eficácia comprovada, podem acarretar outros males ao paciente.
A busca de soluções além da cloroquina
Também vem sendo realizados estudos e testes no uso da nitazoxanida (annita) para tratar sintomas do coronavírus.
Já foram feitos testes “in vitro”, com resultados preliminares positivos. Alguns hospitais serão parceiros nos testes em pessoas, como o hospital das Forças Aérea de São Paulo, a Santa Casa de Misericórdia de Belo horizonte e Hospital das Forças Armadas de Brasília.
O ministro Marcos Pontes disse em entrevista que caso venha a apresentar sintomas da Covid-19, autoriza que seja testado nele o medicamento nitazoxanida (annitta), que é um remédio supostamente sem efeitos colaterais.
O Governo brasileiro já anunciou que destinará R$ 5 milhões para pesquisas acerca de testes com nitazoxanida.