Em uma entrevista à Rede Globo de Televisão, Tânia Batista, presidente da Associação de Funerárias do Distrito Federal, relatou um problema que está acontecendo com famílias carentes que pedem o direito ao enterro social, a falta de caixões para os mortos.
De acordo com Tânia, as mortes causadas pela pandemia do novo coronavírus são a causa da falta de caixões. Devido ao aumento de óbitos na região, aumentou também a demanda de enterros, ocasionando assim a escassez.
Estoque
Ainda de acordo com a presidente da associação, os estoques de caixões do Governo estão zerados.
Sem disponibilidade do material, desde o mês de junho são as funerárias locais que realizam doações de caixões para que as famílias possam enterrar seus entes queridos.
A falta de estoque foi alertada pelas empresas através de um ofício enviado ao governo da capital do Brasil, onde um possível colapso funerário e abandono de corpos poderia vir a acontecer.
No ofício também foi mencionado a possibilidade de superlotação nos hospitais devido à falta de lugares para armazenagem dos corpos, causando um colapso. Caso a situação não normalize, Tânia afirma que logo haverá casos de corpos abandonados no Distrito Federal, o que de acordo com ela, além de ser algo muito desumano, acarretará uma grande crise sanitária.
Governo do DF
O governo do DF afirmou, através de uma nota divulgada pela Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal, que não foi feito nenhum tipo de interrupção no auxílio direcionado para os enterros sociais.
A nota não fala sobre a atual situação, se realmente falta ou não, porém diz que as providências já foram tomadas, que 1.020 caixões já foram comprados para resolução deste problema e que a entrega deve acontecer no prazo de 48 horas.
Devido os reflexos da pandemia, o enterro passou por aumento considerável neste ano. No ano passado, o distrito recebeu 540 pedidos de enterros sociais, já neste ano, considerando o mesmo período, 889 já foram realizados.
Benefício
Para ter direito ao benefício do enterro social, a família da pessoa falecida deve ser cadastrada no Cadastro Único, necessário para que pessoas de baixa renda tenham direito de participar de programas sociais, e comprovar uma renda mensal inferior a meio salário mínimo e morar no Distrito Federal.
Desta forma, todas as despesas relacionadas ao enterrado são arcadas pela administração pública. As despesas cobertas são desde o transporte funerário, taxas diversas, realização de velório, até a placa de identificação no túmulo.
De acordo com a presidente da Associação no DF, o custo mínimo de despesas para a realização de um sepultamento é de no mínimo R$ 1.000.