As últimas informações sobre o caso do pastor Anderson do Carmo acabam de ser divulgadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e apontam que a deputada federal Flordelis dos Santos Souza (PSD-RJ) colocou arsênico na comida do pastor, além de ter financiado a compra da arma do crime.

O pastor Anderson do Carmo, de 42 anos, foi assassinado em junho de 2019, com mais de 30 tiros. O crime aconteceu em sua residência, situada em Niterói, região metropolitana do Rio.

O delegado Allan Duarte, da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Maricá e Itaboraí (DHNSGI), afirmou que o plano para assassinar o pastor Anderson teve início em 2018, através de doses diárias de arsênico.

Pastor Anderson foi envenenado gradativamente desde maio de 2018

Segundo a investigação, o veneno era colocado na comida do pastor, que desde maio de 2018 começou a ter passagens nos hospitais de Niterói com sintomas de diarreia, sudorese e vômitos. O promotor Sérgio L. Lopes Pereira, que integra o grupo de atuação especializada e combate ao crime organizado (Ministério Público), afirmou que o envenenamento acontecia de forma sucessiva e dissimulada, com a pretensão de assassinar o pastor.

Ainda de acordo com o promotor do caso, houve uma associação criminosa envolvendo os familiares do pastor na tentativa de matá-lo por envenenamento e, depois, através de arma de fogo.

Flordelis é a mentora da morte do pastor

Allan Duarte afirmou que a deputada Flordelis foi a mandante do crime, responsável por arquitetar o plano de morte do pastor Anderson do Carmo. Para o delegado, não existem dúvidas quanto a esse parecer. Duarte afirma que a deputada financiou a compra da arma do crime, além de convencer outras pessoas de participar, e foi a mesma que avisou sobre o local em que se encontrava a vítima.

A polícia também recuperou textos de mensagens em que a acusada pede ajuda a um dos filhos para assassinar o pastor através de uma simulação de assalto.

O que levou Flordelis cometer o crime?

O delegado Allan Duarte informou que o pastor era o principal responsável pela carreira da deputada e quando haviam conflitos familiares o mesmo os solucionava, a exemplo no tratamento dos filhos adotivos com os de sangue.

Para o delegado, o pastor era aquele que restabelecia o equilíbrio, e isso provocou a ira da deputada.

As investigações mostraram que Flordelis tentou assassinar o esposo outras duas vezes, mas sem sucesso. A primeira vez foi quando iria simular um suposto latrocínio, quando Anderson havia se dirigido à Barra da Tijuca para comprar um carro, porém havia outra pessoa junto. Na outra tentativa, o assassinato ocorreria na saída da igreja, mas numa confusão de troca de carro evitou que o plano fosse concluído.