Nesta segunda-feira (17), a menina de 10 anos, que engravidou após ter sofrido abusos do tio, foi submetida ao procedimento de aborto e teve a gestação interrompida em uma unidade hospitalar de referência em Pernambuco. A garota se encontrava internada na unidade desde o último domingo (16), quando deu início ao procedimento.
Após o aborto, a Secretaria de Saúde de Pernambuco divulgou uma nota oficial sobre o assunto, afirmando que o procedimento foi feito diante da autorização judicial concedida no Espírito Santo.
O hospital que atendeu a menina é considerando uma unidade de referência no estado por este tipo de procedimento e também pelo acolhimento às vítimas. Além disso, ainda em nota, a Secretaria de Saúde ainda informou que “todos os parâmetros legais estão sendo rigidamente seguidos”.
O procedimento de aborto foi concluído por volta das 11h desta segunda-feira (10). Com isso, o feto foi expulso, ocorreu à curetagem e a garota deverá receber alta já na noite desta segunda ou na manhã de terça-feira (18).
Revelação da gravidez
A gestação da menina de 10 anos foi divulgada no dia 7 de agosto, ocasião na qual a vítima foi levada até uma unidade hospitalar na cidade de São Mateus, queixando-se de dores na barriga.
Ao ser atendida, a garota contou que era abusada pelo tio desde quando tinha apenas 6 anos, e, inclusive, afirmou não ter denunciado o suspeito anteriormente porque sofria ameaças. Após o conhecimento do crime, o tio da menina, de 33 anos, foi indiciado por abuso de vulnerável e ameaça, porém, segue foragido da Justiça.
Agora, a Promotoria da Infância e da Juventude de São Mateus também investiga para saber se grupos tentaram de alguma forma pressionar a avó da vítima para que a mesma não realizasse o procedimento de aborto na menor de idade.
Hospital se negou a fazer o aborto
O Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes se negou a realizar o procedimento de aborto na menina de 10 anos. Após ter conhecimento da gestação, a família da menina conseguiu na Justiça uma autorização para que fosse feito o aborto no último sábado (15), contudo, mesmo assim a unidade hospitalar se negou a cumprir a determinação judicial.
Para não realizar tal procedimento, o hospital se justificou afirmando que não realizaria o aborto por causa da fase avançada da gravidez da menor de idade, que já está com 22 semanas. De início, a suspeita é de que a menina estava grávida de ao menos três meses, porém, após exames foi constatado um tempo maior de gravidez. Diante da negativa da unidade hospitalar, a família da garota viajou para o estado de Pernambuco, onde o procedimento foi realizado na menina.