Em meio à pandemia do novo coronavírus, o Brasil segue no ranking mundial como segundo país com maior número de mortes em decorrência do vírus.

Muito próximo da marca de 100 mil mortes, a ONG Rio de Paz realizou na manhã deste sábado (8) um ato em homenagem às vítimas da Covid-19 e em crítica à gestão do atual presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido). O ato está sendo realizado na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

A ONG lotou as areias da praia com 100 cruzes e balões vermelhos com gás que serão soltos na ocasião. Uma faixa também faz parte do ato, a qual questiona o motivo do Brasil ser o segundo país com maior número de óbitos do mundo.

O presidente da ONG, Antônio Carlos Costa, diz que a pergunta apresentada na faixa tem como resposta as mudanças necessárias para que o país saia deste quadro e se torne uma nação onde a vida humana seja respeitada.

Manifestação

Uma das pessoas presentes na manifestação é Márcio Antônio do Nascimento Silva, homem que trabalha de taxista e já participou de uma manifestação anterior quando derrubadas algumas cruzes. Na oportunidade, o taxista as recolocou no lugar. Márcio perdeu seu filho de apenas 25 anos para o coronavírus e este ano será a primeira vez que ele passará a data comemorativa de dia dos pai sozinho.

Críticas

Durante o ato realizado pela ONG, um homem passou criticando o grupo. Márcio humildemente se dirigiu até o cidadão e explicou que muitas pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus e que entre os mortos estava o seu filho, salientando que o ato era completamente legítimo.

Durante a conversa, o taxista ainda relatou ao homem que ele precisou passar por um situação muito difícil, de pegar o corpo de seu filho de apenas 25 anos e botar dentro um saco e em seguida no caixão e que ninguém poderia dizer que isso é apenas um boato.

Declarações de Márcio

O taxista recebeu o convite para se tornar membro da ONG Rio de Paz, após a situação em que ele arrimou as cruzes derrubadas e durante o ato de hoje ele desabafou.

Márcio declarou em contato com o jornal O Globo que este é um momento muito difícil, que não era fácil estar na manifestação e ter que relembrar tudo o que aconteceu, porém, como amanhã "seria", de acordo com ele, o dia dos pais, e muitos pais não estarão com seus filhos, assim como muitos filhos não estarão com seus pais, o que torna o sábado deste ano um momento especial e importante para ele.

Márcio acredita que a conscientização é necessária e se ele conseguir sucesso com apenas uma pessoa significa que seu filho não se foi em vão. Ele ainda afirma que não é capaz de mudar o mundo, porém, se ele conseguir ajudar apenas uma pessoa já será algo importantíssimo.