O chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Santos (SP), André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, esta sendo considerado foragido desde a noite do último sábado (10), logo após Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, decretar a suspensão de liberdade imposta pelo ministro Marco Aurélio Mello.

De acordo com as investigações, o traficante pode ter fugido para o exterior. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) já organizou uma força-tarefa que está à procura de André do Rap.

Para acelerar o processo de procura, já foi solicitado que o nome do indivíduo seja incluído na “lista vermelha” da Interpol, para que agentes internacionais também trabalhem na busca do foragido, segundo informações divulgadas por GloboNews e UOL.

Mourão discorda da soltura de André do Rap

Nesta terça-feira (13), o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que a decisão de soltura do narcotraficante André do Rap não é uma ação acertada devido à periculosidade do sujeito. Para Mourão, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve "corrigir" essa situação.

As informações são de que o narcotraficante era responsável pelo elo que ligava mafiosos italianos ao PCC.

Julgamento sobre a soltura de André do Rap vai ao plenário

Segundo informações da GloboNews, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) irá discutir o caso nesta quarta-feira (14). A determinação de soltura foi concedida pelo ministro Marco Aurélio no início deste mês.

Após a decisão, André foi liberado da penitenciária de Presidente Venceslau no último sábado (10) e desde então o seu paradeiro é desconhecido.

Fux então derrubou a decisão no sábado a noite, através de uma suspensão de liminar apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) assim que o caso de soltura repercutiu em todo o país.

O julgamento da decisão gira em torno do artigo 316 do Código de Processo Penal (CPP) que esta incluído no pacote anticrime desde dezembro de 2019, quando foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O artigo determina a revisão da prisão preventiva a cada três meses.

Mafiosos italianos moravam no mesmo prédio de André do Rap

Em 2019, os mafiosos italianos Nicola Assisi, de 61 anos, e Patrick Assisi, de 37 anos, comandavam a 'Ndrangheta na América do Sul, mas foram encontrados e presos em Praia Grande (SP) e até o momento aguardam a extradição no presídio federal de Brasília.

Durante o tempo em que estavam soltos, os mafiosos mantiveram suas identidades. Patrick –procurado pela Interpol– chegou a se apresentar em um hospital de alto padrão de São Paulo, quando nasceram seus dois filhos, com seu próprio nome. Os italianos moravam no mesmo prédio que André do Rap, em Praia Grande.

Para os investigadores, a ligação entre o André do Rap e os mafiosos também se confirma na contratação do mesmo escritório de advocacia. Segundo a defesa do narcotraficante, não há nenhuma comprovação de que seu cliente tenha envolvimento com o PCC.

'Ndrangheta estabeleceu acordos com PCC para operar no Brasil

As investigações mostram que durante o período de dois anos cerca de três homens chegaram a ocupar cargos de liderança na máfia italiana e os mesmos chegaram a manter contato com chefes do PCC, a exemplo de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, que negociava drogas com os Assisi, mas foi preso em abril deste ano em Moçambique.