A criança de 11 anos que foi resgatada após sofrer tortura em uma casa localizada no Jardim Itatiaia, em Campinas, interior de São Paulo, recebeu alta médica do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti na última quarta-feira (3) e foi encaminhada para um abrigo da cidade. Para preservar o garoto, o nome da instituição de acolhimento segue sob sigilo.

O caso repercutiu no último sábado (30), quando o menino foi encontrado por PMs com os pés e mãos acorrentados dentro de um barril. A criança foi resgata muito debilitada e com sinais de desnutrição.

Dário Saadi (Republicanos), prefeito do município, afirmou em uma transmissão ao vivo que a criança está bem clinicamente e, inclusive, que a Vara da Infância e Juventude já havia decidido para onde a levaria.

Além disso, ele ressalta que tem se esforçado para manter a população informada, no entanto, “sempre preservando a criança”.

Ao ser encontrado, o menor de idade foi socorrido por uma unidade do Samu e levado ao Hospital Ouro Verde, onde permaneceu até a terça-feira (2), quando foi transferido de unidade. Agora, o menino segue sob a responsabilidade de uma tia paterna, isso porque o pai dele é um dos três que foram presos suspeitos do crime.

Menino é encontrado por policiais acorrentado em barril

No último dia 30 de janeiro, após receber denúncias de vizinhos, a Polícia Militar encontrou o menino acorrentado dentro de um barril. Três pessoas foram detidas suspeitas de envolvimento no crime: o próprio pai do menino, a namorada dele e a filha dela.

O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Jardim Londres, em Campinas.

De acordo com os policiais, a criança era mantida em pé dentro do barril, local que também usava para fazer suas necessidades fisiológicas. O recipiente era coberto por uma telha e ainda havia uma pia de mármore em cima para que o menino não saísse do local.

Casa onde menino era mantido é invadida

Após a repercussão do caso, a casa onde a criança era mantida acorrentada dentro de um barril foi invadida e vandalizada na noite da segunda-feira (1°). No ato, objetos diversos, alimentos e até os móveis foram vandalizados e revirados.

De acordo com informações passadas por alguns moradores da região, o ato foi cometido por alguns vizinhos da criança que estariam indignados com o ocorrido.

O delegado José Henrique Ventura, diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter 2), condenou o episódio na casa do menino. “Isso é dano doloso”, disse o delegado, ressaltando que qualquer ato de depredar patrimônio, seja ele público ou particular, caracteriza crime de dano. Além disso, Ventura também diz que, dependendo da quantidade de pessoas envolvidas, o ato por até “caracterizar uma associação criminosa”.