No município de Salvador, capital da Bahia, um policial militar atirou para o alto, chamando a atenção, e o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) apareceu para negociar com o agente. Isso aconteceu na tarde deste último domingo (28), mas no começo da noite, com 4 horas de negociação, o Bope acabou disparando contra o rapaz, pois o mesmo decidiu desferir tiros contra eles.
O policial se chamava Wesley Soares Góes, era noivo e trabalhava na 72ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) havia pelo menos quatro anos. O policial foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Medico de Urgência) e encaminhado para o HGE (Hospital Geral do Estado).
Segundo o major Hosannah Santos Rocha, da 72ª CIPM, o PM chegou a ser intubado em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos, vindo a falecer.
Segundo a SSP-BA (Secretaria de Segurança Publica da Bahia), Wesley levou os tiros porque disparou com o fuzil contra as guarnições do Batalhão de Operações Policiais Especiais e terminou sendo neutralizado. Logo depois de o policial ser atingido pelos tiros, repórteres levaram vários disparos de borracha para serem dispersados do local.
Em nota, o Sinjorba (Sindicato dos Jornalistas da Bahia) disse que condena veemente o comportamento dos PMs nesse episódio, pois os repórteres estavam trabalhando e não representavam nenhum perigo.
Comandante da PM explica
O coronel Paulo Coutinho, comandante da Polícia Militar da Bahia, disse nesta última segunda (29) que só atiraram contra o policial que fez o protesto no Farol da Barra depois de serem alvo dos tiros.
Ele levou vários tiros por volta das 18h30, logo depois de ter erguido um fuzil e feito disparos contra seus próprios colegas da polícia que estavam negociando a sua rendição.
O soldado foi levado ao hospital pelo Samu, porém, não resistiu e morreu no hospital onde estava.
O comandante da Polícia Militar disse que as equipes que estavam conduzindo as negociações com o homem estavam seguindo todos os protocolos internacionais de gerenciamento de crises, mas acabaram tendo a reação logo depois de serem alvo do homem com um fuzil.
Segundo ele, utilizaram todo o isolamento e contenção no caso, porém, ele apontou o fuzil em direção à tropa e atirou contra seus colegas. Isso poderia atingir vários policiais mortalmente e, junto, também a comunidade.
De acordo com o comandante Paulo Coutinho, a polícia tentou ter uma negociação com Wesley, já que perceberam que o homem estava em um possível surto psicótico.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o PM Wesley Soares trabalhava no batalhão de Itacaré, um município ao sul do Estado da Bahia, que fica a 250 quilômetros da cidade de Salvador. Wesley estava em serviço no domingo, mas deixou seu batalhão já armado e, com seu próprio carro, foi até Salvador.