Na próxima quarta-feira (30), um pedido coletivo de impeachment contra o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), será protocolado na Câmara dos Deputados. O protocolo do pedido será acompanhado de ato político em Brasília.
Decisão
A decisão conjunta sobre o pedido foi realizada na última quinta-feira (24), em uma reunião virtual ampliada. O pedido será realizado por parlamentares de partidos de direita, esquerda e centro, além de movimentos sociais e pessoas físicas.
Grupos importantes no país também participam da iniciativa, entre eles: a Associação Brasileira de Imprensa, Movimento Brasil Livre, Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, Coalização Negra de Direitos, Federação Nacional de Estudantes de Direito, Coletivo de Favelas, Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, União Nacional dos Estudantes, Central de Movimentos Populares, Central Única dos Trabalhadores e Coletivo de Advogados e Central Única dos Trabalhadores.
Base para o pedido
O pedido de impeachment será realizado com base nos diversos crimes que teriam sido cometidos pelo presidente desde o início de seu mandato, em janeiro de 2019. Apesar de diversas citações criminosas que embasam o pedido, os crimes mais citados são baseados na gestão do Governo federal durante a pandemia do novo coronavírus.
Bolsonaro
Como sempre, Bolsonaro reage a determinadas situações com ironia ou anunciando "superpoderes". Desta vez não foi diferente. Diante dos confrontos de entidades e oposição, assim como os protestos que ocorreram no último dia (19), e a perda de grande parte de seus apoiadores, Jair Bolsonaro fala que estar na presidência é um milagre.
O presidente citou na última terça-feira (22) que tem três milagres em sua vida.
O primeiro, segundo ele, é estar vivo. O segundo foi ter sido eleito, e o terceiro é ainda estar no comando da presidência.
Crenças de Bolsonaro
Apesar de todos as manifestações contrárias ao seu governo, Bolsonaro afirma que entregará o governo muito melhor do que quando assumiu.
Ao contrário do que Bolsonaro acena a apoiadores, diversas pesquisas recentes, realizadas por diferentes institutos, mostram queda na aprovação de Bolsonaro e seu governo.
O discurso de Bolsonaro ocorre em meio a uma campanha antecipada pela reeleição no pleito de 2022, quando terá como principal oponente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com a grande proporção de apoiadores do pedido de impeachment que será protocolado na quarta-feira, a pressão sobre Jair Bolsonaro aumenta, assim como sobre a Câmara de Deputados, que conta com uma pilha de pedidos realizados desde o início do mandato do chefe do Executivo federal.