A morte do menino Miguel Rodrigues, de 7 anos, morador do estado do Rio Grande do Sul, segue sendo investigada pela Polícia. O corpo do jovem, que teria sido jogado em um rio pela própria mãe, ainda não foi encontrado. No entanto, a mãe e a madrasta foram indiciadas por homicídio duplamente qualificado, tortura e ocultação de cadáver.
O caso
A mãe de Miguel, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, 26 anos, está presa preventivamente pelo assassinato do próprio filho.
A madrasta, Bruna Nathiele Porto da Rosa, de 23 anos, está em prisão temporária.
As prisões foram realizadas após a mãe de Miguel admitir que teria espancado o menino e em seguida dado antidepressivos para ele tomar, deixando-o dopado, e posteriormente o colocou dentro de uma mala. Para finalizar o crime, a mala com Miguel foi jogada no rio Tramandaí durante a madrugada do último dia 28.
Depoimento da madrasta
A mãe de Miguel relatou em depoimento que seguiu com a companheira para o rio onde arremessaram a mala com o menino. No entanto, Bruna nega participação no crime e afirma que Yasmim agiu sozinha.
As buscas pelo corpo do menino iniciaram logo após os depoimentos e a confissão da mãe, no entanto, apesar dos esforços do Corpo de Bombeiros da região, o corpo ainda não foi encontrado.
Tortura
As investigações em torno do caso do menino Miguel mostraram que ele sofria torturas constantes no ambiente familiar. Na residência, foram encontrados alguns cadernos que continham frases ofensivas que eram escritas pelo próprio Miguel por ordem da mãe. Entre as frases estava escrito: "Não mereço a mãe que eu tenho", "Eu sou um idiota", "Eu sou ladrão", "Eu sou um filho horrível" e "Eu sou muito ruim".
Além de obrigar o menino a escrever frases ofensivas sobre si, foi encontrada uma corrente e dois cadeados na casa que seria utilizada para manter o menino preso.
Quando as mulheres decidiam botar Miguel de castigo, elas trancavam o menino dentro de um armário e ele sofria constantes agressões verbais. Um vídeo que mostra os momentos de agressão e que o menino era mantido dentro do armário foi encontrado em um dos celulares apreendidos.
Desaparecimento
Yasmim chegou a buscar ajuda da polícia um dia após cometer o crime. No dia 29 de julho, a mãe de Miguel registrou o seu desaparecimento. Já no dia 9 de agosto, ao conversar com Yasmim, a polícia percebeu algumas contradições e começou a suspeitar que a mãe poderia ter algo relacionado com o desaparecimento do menino. Posteriormente, ela acabou confessando o que havia feito com a criança e teve a prisão preventiva decretada.
Mala
Segundo o depoimento, Yasmim alega ter colocado Miguel na mala um dia após dar uma surra e a medicação. Ela alega que ele estava gelado e sem pulsos e, apesar de não ter certeza de que ele estava morto, decidiu não chamar ajuda, pois ele estava muito marcado, decidindo assim enfiá-lo na mala.