Na semana passada, mais precisamente no dia 9 de agosto, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse em entrevista ao programa "Novo Sem Censura", transmitido pela TV Brasil, que a inclusão de alunos com deficiência pode “atrapalhar” as outras crianças em uma sala de aula.

O ministro falou sobre o “inclusivismo”, o qual definiu como quando crianças com deficiência são incluídas em uma classe com a educação regular, com alunos sem deficiência. Ribeiro ainda disse que, nessa situação, a criança não aprende nada e ainda “atrapalha, entre aspas”, uma vez que “a professora não tinha equipe, não tinha conhecimento para dar a ela atenção especial”.

O ministro ainda faz críticas à antiga norma da PNEE (Política Nacional de Educação Especial) e defendeu uma criação de classes especiais, que possam atender alunos que tenham alguma deficiência.

Em outubro do ano passado, foi assinado um decreto por Bolsonaro que determinava que o Governo federal, os estados e os municípios deveriam oferecer escolas que seriam planejadas com a chamada "educação especial" destinadas a alunos que não se beneficiariam, no seu desenvolvimento, quando são colocados em escolas regulares por não receberem o apoio especializado. O texto foi alvo de questionamento do Supremo Tribunal Federal, que suspendeu a nova política em dezembro do ano passado.

O ministro afirma que há mais razões “ideológicas” do que técnicas para a suspensão e que essa questão teve sua rejeição pelo Supremo graças ao que ele chamou de "barulho de um grupo".

"O assunto está lá [no STF] para análise porque se julgou que a nossa lei era uma lei excludente. Uma lei que não olhava com carinho para os deficientes e suas famílias, mas ao contrário", disse Ribeiro.

Senador Romário não gostou

As declarações do ministro agitaram as redes sociais. O senador Romário (PL-RJ), que é pai de uma adolescente de 16 anos com síndrome de Down, chamada Ivy, reagiu no seu perfil no Twitter.

Romário classificou a declaração de Ribeiro como sendo de uma pessoa “imbecil” e ainda disse que não esperava que um ministro da Educação tivesse esse tipo de postura. Segundo o senador, somente uma pessoa “privada de inteligência” pode dizer uma coisa dessas.