As manifestações previstas para o feriado de 7 de Setembro (Dia da Independência) têm gerado preocupações entre autoridades dentro e fora do Brasil. Atos contra e a favor do Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) devem ocorrer em diversos municípios brasileiros.
A expectativa é que apoiadores do governo critiquem atuação de ministros do STF e defendam o voto impresso e audível. Em uma cerimônia oficial na Bahia, na última sexta-feira (3), Bolsonaro definiu os atos como "um ultimato" para os ministros da Supremo.
Analistas entendem que as manifestações que ocorrerão no Dia da Independência devem ditar os rumos da crise institucional que têm se intensificado no Brasil.
Grupos contrários ao governo estarão presentes nas manifestações de 7 de setembro
Diversos partidos e movimentos de esquerda têm se organizado para fazer frente aos atos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira. Partidos como PT, PSOL, PCdoB e PCO estão convocando seus seguidores para as manifestações antigoverno.
Dentre as pautas defendidas por esses movimentos estão a defesa dos trabalhos da CPI da Covid, impeachment do presidente Jair Bolsonaro, auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia e soberania das instituições, especialmente o Supremo Tribunal Federal.
Posição das Forças Armadas no 7 de Setembro
Atos programados por apoiadores do governo não devem contar com o apoio das Forças Armadas.
Ademais, ameaças de invasão e depredação ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) preocupam militares, que não querem dar respaldo a protestos que sejam marcados atos de desordem.
Em relação às policias militares, oito governadores afirmaram que devem punir oficiais e praças que participarem de manifestações. A participação de policiais militares da ativa não é vedada pela Constituição Federal, mas dependente do regimento interno da instituição de cada Estado.
Políticos de 26 países alertam para risco de 'insurreição' no Brasil em 7 de setembro
Uma carta assinada por mais de 150 autoridades internacionais afirma que os atos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro para o dia 7 de setembro representam uma “insurreição” e ameaçam a democracia no Brasil.
O documento, divulgado nesta segunda-feira (6) e que conta com a assinatura de ex-presidentes, ministros e parlamentares, deixa claro a existência de uma preocupação internacional com o atual estado político do Brasil.
“Nós, representantes eleitos e líderes de todo o mundo, soamos o alarme: Em 7 de setembro de 2021, uma possível insurreição colocará em perigo a democracia no Brasil”, diz a carta.