A Petrobras divulgou um comunicado nesta segunda-feira (25) anunciado que vai reajustar mais uma vez os preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras. O litro da gasolina terá alta de 7,04% nas refinarias, já o diesel irá subir 9,15%. Os novos valores passam a vigorar a partir de terça-feira (26)
Por que os preços não param de subir?
Um dos principais motivos que explicam os frequentes reajustes nos preços dos combustíveis é a alta do dólar. Como o Brasil atravessa um período de grave desvalorização cambial, a valorização da commodity ocorre tanto em razão da cotação internacional do barril de petróleo quanto pelo valor do dólar no país.
Desse modo, o preço em real acaba aumentando duplamente.
Desde o início do ano a cotação internacional do petróleo vem em uma sequência de alta. O valor do barril do tipo Brent, por exemplo, fechou na semana passada acima de US$ 85, perto das máximas desde o final de 2018. Esse ritmo de alta atinge diretamente o preço dos seus derivados, como o gás de cozinha, o gás natural, o diesel e a gasolina, principalmente em razão do aumento na demanda.
O aumento do consumo de combustíveis, por sua vez, tem sido bastante influenciado pela reabertura de diversos países que obtiveram sucesso com seus planos de vacinação contra a Covid-19. Entretanto, a oferta não acompanhou a demanda.
A Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), um grupo intergovernamental composto por 13 nações que tem como função a regulamentação da produção e comercialização do petróleo, muitas vezes adota políticas que impactam diretamente no preço mundial do barril de petróleo.
Uma dessas políticas consiste justamente em limitar a produção para evitar quedas bruscas nos preços ou para valorizar a cotação do barril. Desse modo, com a demanda aumentando de um lado e a oferta diminuindo no outro, o produto sofre a valorização em seus preços finais.
Outra razão que afeta o preço dos combustíveis é a forte alta no preço dos biocombustíveis, substâncias que entram na composição da gasolina e do óleo diesel.
O etanol anidro, por exemplo, é responsável por cerca de 27% do litro da gasolina comercializada nos postos. Assim, essas e outras substâncias contribuem significativamente no preço pago pelos consumidores finais.
O clima de incerteza política também não deixa de impactar no valor dos combustíveis. Episódios como a quebra do teto de gastos para financiamento do Bolsa Família e os ataques do presidente Jair Bolsonaro a outras autoridades públicas geram dúvidas aos possíveis investidores que pretendem colocar dinheiro no país, bem como diminuem as chances da aprovação de políticas públicas no Legislativo.
Por fim, há a questão tributária, especialmente aquela que envolve o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A alíquota do imposto estadual chega a 30% sobre o valor da gasolina em alguns Estados. O valor nominal do imposto pago por litro de combustível cresceu principalmente porque seu custo, utilizado como base para o cálculo, aumentou.