Em Monte Sião, cidade no estado de Minas Gerais, o promotor de Justiça Marco Antônio Meiken pediu a abertura de um inquérito policial para investigar o padre Ernani Maia dos Reis, que é suspeito de ter assediado moralmente e abusado de ao menos oito monges. Os crimes teriam acontecido entre os anos de 2011 e 2018.

O promotor irá fazer um pedido de localização e interrogação tanto das supostas vítimas como também de testemunhas. Ernani está afastado há cerca de três anos do antigo mosteiro Santíssima Trindade e exerce, nesse momento, a profissão de psicanalista no município de Franca, que fica no interior de São Paulo.

Ernani também prestará depoimento durante o andamento do inquérito.

Padre nega as acusações

Ernani dos Reis chegou a negar todas as acusações em duas ocasiões, porém, não respondeu nenhuma das perguntas específicas referentes ao caso. Logo após publicar o caso na última quinta-feira (30), o UOL ligou para o celular pessoal e o consultório de Ernani, mas não obteve resposta.

Entre as 8 supostas vítimas do padre que foram ouvidas pelo site, duas disseram que foram vítimas de Ernani durante a investigação da Igreja Católica. As supostas vítimas alegam que não receberam nenhuma ajuda psicológica ou financeira da instituição religiosa.

Em resposta, a Igreja Católica diz nunca ter negado qualquer fato ocorrido.

No e-mail enviado ao UOL, a Igreja ainda disse que foram pedidas auditorias e comissões para apurar em várias esferas. Não houve, segundo a instituição, qualquer omissão nesse sentido.

Entretanto, a instituição não respondeu qual foi a conclusão da investigação interna, nem deu nenhum esclarecimento sobre os supostos assédios e abusos que foram feitos por Ernani.

Não deu ainda nenhuma resposta sobre o estágio do processo de saída do ex-padre da Igreja Católica, que foi enviado ao Vaticano.

Nesta quinta-feira (30), o UOL voltou a insistir para que a Igreja Católica desse uma resposta muito mais completa. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da sua assessoria, disse que não iria tecer nenhuma manifestação. Já a arquidiocese de Pouso Alegre, em Minas Gerais, não respondeu ao contato da reportagem.