Uma ação do Bope (Batalhão de Operações Especiais) foi realizada no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), após um sargento da Polícia Militar ser assassinado em uma emboscada no último sábado (20), enquanto realizava um patrulhamento. A ação policial resultou em ao menos 10 mortes, dos quais 8 corpos foram achados por moradores locais em uma região de mangue.
Líder da comunidade
Jeferson Souza, líder comunitário no Sagueiro, relatou que a situação parece um filme de terror e que se instalou um caos total. O líder também afirmou que a comunidade acaba sofrendo nesses casos.
Ainda de acordo com Jeferson, 15 mortes já foram confirmadas na comunidade. Apesar dos resgastes já realizados, os moradores afirmam que ainda existem muitos corpos em uma área de manguezal. Equipes do Bombeiro e Polícia Militar estão participando ativamente das buscas.
Durante a noite desta segunda-feira, algumas publicações realizadas através das redes sociais mencionam que mais de vinte mortos estão no mangue. A informação, porém, não confirmada pelas autoridades até o momento.
Apesar das informações repassadas por Jeferson, até a noite desta segunda-feira, dez mortes haviam sido confirmadas na operação e apenas sete pessoas já haviam sido identificados. Duas das vítimas não tinham passagem pela polícia.
Ação policial
Segundo informações da própria polícia, a operação ocorreu após a guarnição receber a informação de que um dos responsáveis pelo assassinato estaria baleado dentro do complexo. Durante o confronto, duas pessoas foram encaminhadas para atendimento hospitalar após serem atingidas por disparos.
Entre as pessoas que receberam atendimento médico está Carmelita Francisca de Oliveira, uma senhora de 71 anos que acabou sendo atingida por uma bala perdida durante a operação.
A idosa foi socorrida pelos vizinhos da comunidade.
Tortura
Moradores da comunidade afirmam que alguns corpos já resgatados apresentam sinais claros de tortura, no entanto, a Polícia Civil, responsável pela investigação do caso, contraria a informação dos moradores e afirma que não existem indícios de tortura, fato este que deverá ser averiguado, pois a irmã de Kaluã, 17 anos, uma das vítimas, afirma que o corpo de seu irmão foi retirado do mangue e encontrado com um dedo cortado.
A perícia do mangue foi realizada pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, responsável por investigar o caso.
A DHNSG deve intimar ainda esta semana moradores da comunidade e os agentes policiais que participaram da operação para depor e elucidar os fatos. As buscas pelos corpos assim como as identificações continuam.