Muitas campanhas nas redes sociais vêm alertando sobre os perigos de jogar bombas não só podendo causar ferimentos graves, mas por causa do barulho pode incomodar animais de estimação e crianças com espectro autista.
O que aconteceu nesse sábado (25) foi muito trágico para uma família em Barretos, interior de São Paulo. Quando Aylla Manuella Ribeiro de Piedade, de apenas 4 anos, foi atingida dentro de casa por uma bomba que, segundo a polícia, lançada por um menor de 14 anos. Ele ainda não se apresentou à polícia.
O homem que ajudou a socorrer Aylla depois de ser atingida pela bomba disse que ela tinha muita dificuldade de respirar antes de ser encaminhada até a Santa Casa de Barretos.
A menina teve os primeiros atendimentos na noite de sábado (25), mas não aguentou os ferimentos e foi a óbito na madrugada de domingo (26). O corpo da menina foi velado nessa segunda-feira (27) e sepultado em Primavera, no Pará.
O adolescente de 14 amos que é apontado como quem jogou a bomba na casa da menina, já foi identificado graças a uma câmera de segurança que mostra o momento exato do crime. Contudo, o mesmo permanece escondido com medo de represália dos vizinhos. O rapaz foi indiciado por ato infracional análogo a crime de homicídio.
A casa dele foi atacada tempos depois com ao menos 30 pessoas logo depois do crime e atearam fogo na residência. Um inquérito aberto pela polícia e vai investigar se esse incêndio foi motivado pelo crime.
Segundo a delegada do caso, Juliana da Silva Paiva, a mãe do adolescente disse que, até na sexta-feira (31), o adolescente, que não teve o nome revelado, vai se apresentar para a polícia, com seus advogados. A internação dele já foi pedida. O caso foi enviado para o Ministério Público.
Vizinhos avisaram
Segundo testemunhas, essa tragédia não aconteceria se o garoto tivesse ouvido os vizinhos para parar.
De acordo com uma testemunha, em entrevista ao G1, um homem teria alertado o garoto sobre soltar as bombas na rua e atingir as crianças que passavam por lá. Ainda, os vizinhos já tinham pedido para parar e ele não parava, dando continuidade à brincadeira mortal.
Uma outra testemunha disse que o garoto e seus amigos estavam de posse das bombas desde a véspera de Natal e que um homem que morava com ele teria dito para o garoto que deveria parar de jogar as bombas porque tinha muitas crianças em volta e poderia atingir uma delas.
Entretanto, a turma que estava junta ao adolescente não parou.
A delegada que acompanha o caso disse que será periciado o artefato que estourou na cama da menina e a matou para saber que tipo de bomba era e, conforme o caso, vai se investigar onde o adolescente as comprou, pois, segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), bombas desse tipo não podem ser vendidas para adolescentes e muito menos para crianças.