Nessa última terça-feira (15), a concessionária que cuida da administração do Mercado Municipal de São Paulo disse que interditou três boxes de comércio de frutas que operam no local. A ação ocorre após denúncias do chamado "golpe da fruta" recebidas pelo Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) do Mercadão –como é chamado– e pelo Procon de São Paulo.

Dez vendedores já tinham sido advertidos e tomaram multa por tal prática no último sábado (12). Os boxes foram cobertos com uma lona com o aviso de que estavam interditados por descumprirem o regime interno da legislação vigente.

Segundo a concessionaria, as barracas foram fechadas até corrigirem os problemas denunciados.

Reportagem do portal G1 visitou na última segunda-feira (14) quatro boxes do Mercadão e relatou que em todas a equipe foi constrangida a comprar frutas por preços muito acima da média. No total, foram gastos quase R$ 100 por uma única fruta-do-conde, cinco morangos e cerca de 18 tâmaras.

A estratégia mais usada relatada pela equipe do G1 foi tentar convencer os clientes a levar bandejas de frutas pelo preço do grama de cada fruta, pois, segundo os vendedores, eram muito mais baratos do que o quilo.

Explicando o golpe

A reportagem também explica como os comerciantes aplicam esse golpe. A trapaça começa quando as pessoas entram no Mercadão e são abordados pelos vendedores.

Eles insistem que as pessoas provem as frutas e, enquanto isso, começam a contar histórias sobre a origem das mesmas ou outros produtos e em nenhum momento comunicam os preços. Em todas as barracas eles fazem a mesma coisa e o mesmo argumento, afirmando que, por ser a primeira compra do dia, recebem algum tipo de promoção.

Em uma das barracas, o vendedor disse à reportagem do G1 que o quilo da fruta-do-conde custava R$ 69,90, mas, se levasse em grama, o preço sairia muito mais barato.

Segundo o Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), o preço médio do quilo da mesma fruta no atacado sai por R$ 8. Ainda, o vendedor disse à reportagem que, levando duas frutas-do-conde, o cliente não levaria nem 1 kg do produto, porque cada fruta pesa 300 g.

Na hora que o vendedor foi pesar e calcular o preço final, ele deu o preço de R$ 80 por duas frutas. Com a rejeição da equipe do g1, o vendedor ainda insistiu em embrulhar duas frutas por um preço “especial” de R$ 60. Apesar da insistência do vendedor, levaram só uma, por R$ 40.