Os cidadãos brasileiros já estão habituados com crimes de temporada ou da moda: foi assim com o golpe do contato telefônico de pessoas que se passam por representantes do banco, o roubo de animais para posterior resgate, boletos fraudados, a gangue da marcha-à-ré, etc.

Enfim, a criatividade dos larápios é cada vez mais audaciosa, sutil e usa da Tecnologia para ludibriar clientes e pessoas comuns.

Mas, o crime de furto de cabos de cobre não é uma novidade; ao contrário, sempre existiu e não raro os bandidos comprometem a circulação de trens e o funcionamento de semáforos, por exemplo – só para informar o leitor mais incauto sobre o impacto que a falta de fios causa em sua vida cotidiana.

O que impressiona é que esse tipo de delito vem aumentando consideravelmente nos últimos meses. Tanto em frequência quanto pela zona de atuação no Brasil.

Ao se efetuar a pesquisa para a elaboração deste artigo, facilmente se encontram relatos de furto de cobre nos diversos estados brasileiros. A lista vai do Rio de Janeiro até São Paulo, Rondônia, Mato Grosso, Piauí e Rio Grande do Norte.

Em tempos de “grana” curta e uma recessão econômica persistente, os que não têm dinheiro vão buscar outras maneiras de garanti-lo. Eis a lógica do furto de cobre, elemento químico presente em fios e cabos, os quais são importantes para a distribuição de luz, energia elétrica e funcionamento das telecomunicações às cidades.

A matéria a seguir discorrerá sobre mais dois novos delitos sobre um dos crimes prediletos praticados pelos meliantes. O primeiro foi em Minas Gerais e o segundo, no Paraná.

Seis toneladas

No bairro de Céu Azul, pertencente à capital mineira, Belo Horizonte, a Polícia Civil apreendeu o total de seis toneladas de fios de cobre num ferro velho.

Um rapaz de 18 anos foi preso, mas seu pai, que é o dono do estabelecimento não foi localizado.

Segundo o Delegado Artur Vieira, o material encontrado renderia aproximadamente R$ 500 mil. A investigação conduzida mostrou que os receptadores compravam os cabos de outros e de quem praticava o roubo. Depois, os revendiam para outros estados do Brasil e para diferentes localidades de Minas Gerais.

Artur Vieira disse que tanto o pai quanto o filho não possuem antecedentes criminais. Durante a entrevista coletiva, ele disse que o furto de fios de cobre tem se tornado comum em Belo Horizonte. Ele estima que 6 km de cabos são afanados todos os dias na cidade. Um prejuízo que se estende também ao comércio.

Porém, isso não para por aí: a Polícia Civil mineira continua com o trabalho de identificação de outros receptadores e com o combate ao furto de cobre.

Quadrilha uniformizada

O outro caso aconteceu em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, Paraná: uma quadrilha formada por pessoas com idade entre 19 e 40 anos foi presa pela Polícia Civil.

Os integrantes são suspeitos de roubarem 1 tonelada por mês de fios.

Eles vestiam roupas da companhia telefônica local a fim de não despertarem suspeitas sobre suas atividades e de não chamarem a atenção dos moradores.

Na residência de um dos ladrões, encontraram-se roupas destinadas (leia-se: uniformes) à prática do delito e cabos de cobre. No momento do flagrante, a Polícia Civil paranaense abordou dois veículos. Dentro deles, havia cerca de 200 kg de fios furtados e outros itens como: alicates, capacetes, cintos de segurança e escadas.

Tudo foi recolhido pela Polícia Civil e entregue posteriormente à operadora de telefonia local, também vítima da situação.

De acordo com o Delegado Rinaldo Ivanike, a quadrilha já teve uns cinco ou seis delitos cometidos e vinha sendo investigada nos últimos tempos.