Depois da derrota nas urnas de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das Eleições neste último domingo (30), vários apoiadores do atual presidente se mostraram insatisfeitos com o resultado do pleito. Uma grande parte dos apoiadores do governo são os caminhoneiros, que não se conformaram com o resultado que colocou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) novamente como presidente da República, com 50,90% dos votos válidos.
Vários especialistas indicam que isso seria pelo motivo do silêncio do presidente, que segue não fazendo o pronunciamento e indicando descontentamento com o resultado.
Caminhoneiros pedem intervenção das Forças Armadas e dizem que dão o prazo de 72 horas para o Exército tomar o poder.
Alguns dos caminhoneiros estão usando os seus caminhões para fazer esse bloqueio nas estradas, enquanto outros motoristas estão queimando pneus. Os protestos são feitos sob o som do hino nacional, como uma espécie de trilha sonora. Também existem alguns manifestantes que estão vestidos com camisas do Brasil e a bandeira verde e amarela amarrada ao próprio corpo. A principal reivindicação é o artigo 142 da Constituição, que estabelece que o Exército se destina à defesa do país e a garantia dos poderes constitucionais e, assim, consequentemente, garantir a ordem.
De acordo com os manifestantes, eles só voltarão para suas casas quando as Forças Armadas tomarem o poder do Brasil.
Alguns integrantes que participam da manifestação estão usando seus perfis das redes sociais para fazerem convocações a quem votou em Bolsonaro para participarem dos protestos e, segundo outros caminhoneiros no Twitter, alguns representantes do agronegócio estão aderindo à manifestação.
Manifestação preocupa aliados de Lula
Essas manifestações após a eleição de Lula como presidente do Brasil fizeram com que se “acendesse” uma luz de alerta nos aliados do petista.
Isso porque os caminhoneiros apoiadores de Bolsonaro tomaram a iniciativa na noite do domingo, ao bloquear várias rodovias no Brasil em protesto do resultado das eleições. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirma registro de bloqueio e aglomeração em 13 estados e do DF.
Segundo os aliados, trata-se de uma oposição política contra Lula.
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, disse que a paralisação vai prejudicar o país e os cidadãos. Gleisi faz duras críticas a Polícia Rodoviárias Federal na noite de domingo. Já a PRF disse ter acionado Advocacia-Geral da União (AGU) para fazer um pedido de alguma medida judicial para impedir a ocupação das rodovias federais. Em nota, o órgão afirma que tem adotado todas as providências possíveis para o retorno a “normalidade” do fluxo.
Contudo, a PRF afirmou também que está tentando um diálogo, porque existe o direito do cidadão de se manifestar. A corporação só deseja uma medida legal para assegurar o fluxo dos veículos nas estradas.