O Carnaval é um evento que atrai turistas de todo o mundo ao Rio de Janeiro, juntamente com o aumento de casos de doenças contagiosas. Este ano, com a crise que abala o sistema de saúde do Estado, a festa se aproxima sem a realização de campanhas de prevenção, tanto para quem chega à Cidade Maravilhosa, quanto para os habitantes locais.

A preocupação procede. Autoridades médicas acreditam que a doença Zika chegou ao Brasil em 2014 por intermédio de torcedores estrangeiros que vieram assistir aos jogos da Copa do Mundo de Futebol. O vírus foi descoberto na década de 1940, em Uganda, e não existia por aqui antes do torneio.

O Docente da Universidade Católica de Brasília Vitor Laerte Pinto Junior, que também é pesquisador associado da Fiocruz Brasília, atribui a mobilidade humana e a globalização como fatores que disseminam doenças em todo mundo. Até mesmo as erradicadas em determinado país podem retornar com força total caso um portador estrangeiro a transmita em nosso país.

Doença do beijo

Em relação ao Zika vírus, a solução é combater o mosquito Aedes Aegypti, que também transmite Dengue e o Chikungunya. Mas estas não são as únicas ameaças à saúde estimuladas no Carnaval. Com a liberalidade típica carnavalesca, as DSTs e a chamada doença do beijo, ou sapinho, também são ameaças.

Beijar indiscriminadamente outras pessoas pode transmitir bactérias causadoras de distúrbios sérios.

Outras moléstias podem ser transmitidas de pessoa a pessoa apenas pelo simples contato de uma conversa. Como a mononucleose infecciosa, transmitida através da saliva. Beijos, tosses, espirros, bem como copos e talheres também podem ser os veículos das gotas de saliva com o vírus da doença que provoca febres altas, e problemas hepáticos.

Campanhas alertam foliões

O Ministério da Saúde se concentra em realizar campanhas contra a Aids. Antes elas eram programadas apenas para o período do Carnaval. Hoje, o Ministério realiza campanhas durante várias festas populares por todo o Brasil. Mas não há previsão para campanhas de alerta contra outras doenças de transmissão possíveis no Carnaval.

A Fiocruz criou um gabinete de crise para emergência epidemiológica. Um boletim da Fundação sobre vigilância sanitária em eventos de massa alerta para os foliões buscarem se alimentar em locais limpos, evitar se banhar ou beber água de fontes, procurar usar banheiros químicos e, em caso de febre ou diarreia, procurar imediatamente o médico.

Com o dinheiro passado pelo governo federal para a Saúde do Estado, a secretaria informa que os hospitais estaduais funcionam normalmente. Resta ao folião se prevenir para que a festa produza apenas alegria.