Desde 1960, quando cientistas detectaram a baixa intensidade da gravidade em torno da baía de Hudson, no nordeste do Canadá, sem conseguirem explicar os motivos da anomalia, diversas teorias conspiratórias surgiram para elucidar o enigma da “zona de antigravidade”.

Embora conspirólogos acreditem que o local é um portal para outra dimensão, pesquisadores alegam ter identificado a causa do fenômeno, e não tem relação com portais dimensionais ou alienígenas.

De acordo com informações do jornal inglês Express, de quarta-feira (14), o responsável pela pouca gravidade da área é um imenso manto de gelo conhecido pelos estudiosos como Laurentide.

Segundo eles, essa monstruosa geleira cobria quase todo o Canadá e norte dos Estados Unidos, fazendo a terra afundar devido ao peso do gelo, a cerca de 10 mil anos atrás. Como resultado, a atração gravitacional foi drasticamente reduzida.

Devido ao peso do gelo ter achatado o solo de forma significativa, cientistas avaliam que levará cerca de cinco mil anos até que o nível da gravidade volte ao normal. Antes que isso aconteça, ela será sempre menor do que em qualquer outra parte do planeta.

No entanto, eles acrescentam que há outro fator preponderante para a baía de Hudson desafiar as leis da física: o manto terrestre.

Situado a pouco mais de 160 km (100 milhas) abaixo da superfície, o manto age como um vórtice, fazendo com que o magma fervente crie correntes de convecção, que arrastam as placas tectônicas continentais para baixo, reduzindo a massa e a gravidade da região.

Além de causar espanto nos indivíduos, a falta do elemento - considerado uma das quatro forças fundamentais do universo -, tem gerado uma espécie de turismo na baía de Hudson. Conforme o Express, pessoas vão até a região “numa tentativa desesperada para perder peso”.

“A falta de gravidade significa menos densidade e seres humanos pesam menos”, comenta o repórter científico Patrick Christys (Express).

A baía de Hudson, no oceano Ártico, é a segunda maior do mundo, com profundidade de 100 metros.

Na época da Guerra Fria (1945-1991), a região fora habitada por militares norte-americanos, que se dirigiram ao local para observar potenciais bombardeios soviéticos sobre o Polo Norte.