Os mitos e as verdades quanto a fazer escova progressiva são variados. Por vezes há, inclusive, confusões sobre os mesmos, pois a internet está recheada dos mais diversos pontos de vista sobre o assunto. Assim, o assunto do momento será sobre a Saúde dos cabelos de quem não abre mão desse tipo de cuidado com a Beleza.

Afinal, formol pode?

É bem comum encontrarmos essa discussão nos salões de beleza, bem como a ideia de tratamentos "sem química" que a indústria de cosméticos quer vender.

O Formaldeído, substância química popularmente conhecida como Formol, está presente em muitos produtos de uso doméstico, como desinfetantes, conservantes, plásticos, tintas e em cosméticos, especialmente aqueles para tratamento de cabelo que prometem o alisamento total dos fios. Mas o que não se conhece sobre a substância é que em concentrações fora do padrão, trata-se de um composto orgânico altamente tóxico quando é ingerido, inalado ou entra em contato com a pele. Além de ser considerado pelos órgãos de saúde um agente cancerígeno nos seres humanos.

Quando o formol é, por exemplo, inalado em concentrações entre 25-30 ppm, este, pode levar a dores de garganta, falta de ar, ou lesões na parte respiratória, podendo desencadear uma pneumonia ou um edema pulmonar.

Por estes motivos, em 2001 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, proibiu o uso de formol com ação alisante em produtos de cabelo, aceitando seu uso apenas como conservante nas indústrias, a uma concentração máxima de 0,2%.

A química por trás da aplicação do Formol

O que muitas pessoas não sabem é que por trás da aplicação do formol, ocorre uma reação química que faz com que toda a sua toxicidade seja enfatizada prejudicando tanto quem aplica como quem recebe a aplicação nos cabelos.

O Formaldído é comercializado em forma de solução aquosa diluída a 45%, em geral. No entanto, é a sua forma gasosa que é mais nociva à saúde humana. Para que o processo de alisamento ocorra, a principal proteína do cabelo, a queratina tem suas ligações de pontes de dissulfeto rompidas, para que ligações metilênicas sejam formadas, promovendo assim a nova forma do cabelo.

No momento da aplicação do produto, em que ocorre as quebras e formações de novas ligações, os fabricantes recomendam o uso de chapinhas e secadores como fontes de calor, para fixação do formol às proteínas da cutícula do cabelo, mantendo o fio rígido e liso. O problema é que, ao ser aquecido, o formaldeído aquoso torna-se gás, e têm sua volatilidade aumentada, sendo, portanto, altamente tóxico com sua propagação no ar atmosférico e extremamente nocivo à saúde.

Novidades na indústria de cosméticos

Mediante as fiscalizações e proibições da Anvisa, a indústria de cosméticos tenta cada vez mais buscar tratamentos que sejam menos nocivos à saúde humana e que tragam ótimos resultados.

Uma alternativa que vem sendo bastante utilizada para a substituição do formal nas escovas progressivas é o uso das substâncias conhecidas como carbocisteína e tioglicolato de amônio.

A carbocisteína nada mais é do que um aminoácido capaz de abrir a cutícula do fio de cabelo e o tioglicolato de amônio é um ativo químico capaz de agir nesta cutícula aberta, quebrando as pontes de cistina que são responsáveis pela estrutura do cabelo e moldando os fios. Neste tipo de alisamento também recomenda-se o uso de secadores e chapinhas, porém, sem os riscos de toxidade do formol.

3 dicas para escolher o melhor tratamento capilar

1. Não acredite na propaganda "Tratamento sem Química". É importante entender que todo tratamento capilar tem química, ou seja, todo tratamento funciona a base de aplicação de produtos químicos no cabelo. No entanto, existem aqueles que podem prejudicar ou não a saúde e isto que precisa ser verificado.

2. Converse com seu cabeleireiro e leia o rótulo do produto. Antes de escolher um tratamento, converse com o profissional responsável pela aplicação do mesmo, verifique se ele possui algum curso de capacitação para uso do produto em questão. Leia o rótulo do produto, ainda que você não entenda alguns nomes, procure saber qual é a sua composição.

3. Busque informações. Hoje as informações estão muito acessíveis. Faça uma busca rápida na internet sobre a composição do produto que você deseja aplicar em seu cabelo. Verifique se ele possui as concentrações adequadas para uso, e então só depois decida por qual produto usar.