Estudos recentes revelam que até mesmo o parto pode influenciar em questões relativas a alergias alimentares ocorridas em bebês. O levantamento em questão foi feito na Universidade de Örebro, na Suécia, e através dele foi indicado um risco 21% maior de que o bebê possa vir a desenvolver esses tipos de alergias quando nascido de cesárea. De acordo com os pesquisadores, esse fato pode ser explicado pela falta de contato com a flora microbiana do canal vaginal da mãe, o que ocorre em situações de parto normal.
Além disso, o presente estudo também aponta que parte dessa reação física a alimentos pode estar conectada a uma forma da imunoglubina E (IgE), um tipo de anticorpo que age na defesa do corpo.
O IgE causa a liberação de substâncias cuja função é combater inimigos e, devido ao reconhecimento de algumas substâncias contidas no alimento enquanto tal, os sintomas da alergia se fazem perceber. Quando se trata desse tipo de reação, os sintomas são percebidos tão logo a criança ingere o alimento em questão. Tais sintomas podem ocorrer na forma de inchaços, vômitos, diarreias ou ainda de maneira tópica, através da presença de urticárias.
Entretanto, em situações que a alergia não ocorre em função da IgE, mas sim advém de células, de modo que anticorpos não estão envolvidos na situação, tais sintomas podem vir a aparecer horas ou mesmo dias após a ingestão do alimento. Além do que foi apontado, os pesquisadores da Universidade Örebro ainda destacaram em seu estudo que alguns fatores genéticos possuem intervenção direta na produção da IgE.
Repetir a exposição ao alimento supostamente causador da alergia é a recomendação dos pesquisadores
Todavia, mostra-se válido destacar que essa resposta alérgica a um primeiro contato com determinado alimento nem sempre significa que a criança continuará respondendo a mesma maneira a ele ao longo da sua vida. Por vezes, podem ocorrer situações descritas como “falsa alergia”.
Assim, se a reação alérgica ocorrer de maneira branda, caracterizada por uma vermelhidão na pele do bebê ou mesmo uma coceira, o comportamento adequado por parte dos pais é a espera de até uma semana. Após esse período, é necessário expor novamente a criança ao alimento em questão para verificar se o processo se repetiu. Porém, como muitos pais acabam por se assustar, o processo não é repetido e isso dificulta o diagnóstico da alergia propriamente dita.
É válido salientar, entretanto, que uma vez que alergias alimentares ocorrem de forma rápida e intensa, a observação cautelosa é bastante necessária. Quando essa não ocorre, existe o risco de choque anafilático, reação que demanda a aplicação imediata de adrenalina e deve ser feita em um ambiente hospitalar. Dessa forma, caso sintomas como vermelhidão e inchaço na boca e na língua ocorram, é primordial uma visita ao pronto-socorro.