De acordo com informações veiculadas pelo G1, entre as 39 cidades que compõe a Região Metropolitana de São Paulo, 12 já não possuem nenhum leito em suas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) voltadas para adultos. Isso não é exclusividade somente do sistema público de Saúde, mas se estende também ao sistema privado.

Entre os municípios que não contam mais com leitos de UTI é possível destacar Embu das Artes, Embu-Guaçu, Mairiporã, Pirapora do Bom Jesus, Salesópolis, Santana de Parnaíba, Vargem Grande Paulista, São Lourenço da Serra e Biritiba-Mirm.

Segundo o G1, quando se soma a população das 12 cidades citadas, tem-se o total de 825 mil habitantes e 364 casos do novo coronavírus.

As informações sobre o número de casos da doença foram obtidas com base em dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde. Além dos dados citados, o órgão em questão também informou que 33 mortes já foram registradas nas cidades em questão. Todos os casos em questão são relativos ao Covid-19.

Ainda na última quarta-feira (29), foi informado que a ocupação dos leitos de UTI na Grande São Paulo chegou a 85,1% da sua capacidade. Na ocasião em questão, o coordenador do Centro de Controle de Doenças (CCD) do estado, afirmou que os hospitais localizados em cidades do interior passarão a atender os pacientes da Grande São Paulo.

Se mostra válido destacar ainda que entre as cidades da Região Metropolitana, quatro não possuem mais leitos de enfermaria (Biritiba-Mirim, São Lourenço da Serra, Pirapora do Bom Jesus e Rio Grande da Serra). O G1 afirmou que todas as prefeituras chegaram a ser procuradas pelo site e as informações em questão pertencem ao DataSUS, sistema oficial de informações relativas à saúde.

Centralização de sistema de saúde é prejudicial

De acordo com o chefe da UTI do Instituto Emílio Ribas, considerado uma referência em infectologia no Brasil, nem todas as cidades precisam ter leitos de UTI para conseguir atender aos pacientes. Entretanto, devido à centralização do sistema de saúde, isso pode acabar por aumentar a letalidade do novo coronavírus.

Jaques Sztanjbok, o chefe do Emílio Ribas, ainda pontou que os pacientes da Covid-19 evoluem rapidamente e, portanto, eles precisam que a assistência esteja sempre próxima. Para conseguir isso, é necessário uma bola logística, de forma que o sistema de saúde não pode se centralizar somente nas capitais.

Através de uma nota, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo chegou a informar que realizou o repasse de mais de R$ 150 milhões em verbas para as cidades da Grande São Paulo e também pontuou que a Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde (Cross) já está disponível para realizar a transferência de pacientes para as unidades hospitalares que possuam os recursos não disponíveis no serviço de origem na ocasião do atendimento.