Na luta contra o Covid-19 na China, os cientistas chineses não são tão acessíveis à mídia estrangeira. Lutar contra a epidemia tem sido uma tarefa difícil. Desse modo, para os cientistas chineses responder às solicitações da imprensa, em especial aos jornais estrangeiros, não é uma prioridade. A revista americana Science tem tentado entrevistar George Gao faz dois meses. Só agora, em meados de março, ele, finalmente, atendeu ao pedido do jornalista.
George Gao se especializou em imunologia e virologia, em Oxford, logo após de estudar veterinária, além disso, ele também teve uma participação em Harvard.
A pesquisa dele se concentra nos vírus, incluindo o SARS-CoV-2, e suas transmissões e entrada do vírus nas células.
Sua equipe obteve também importância na contribuição dessa missão, uma tarefa conjunta entre pesquisadores chineses e órgãos internacionais que, sob o amparo da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicaram um relatório importantíssimo logo após visitar a China na tentativa de entender os mecanismos da epidemia.
George Gao respondeu às perguntas de Jonh Coen durante vários dias e se valendo de vários meios e comunicação. A seguir, algumas perguntas do entrevistador Jonh Coen com os resumos das respostas do entrevistado George Gao.
Perguntas do Jonh Coen para George Gao
Jonh Coen pergunta sobre os ensinamentos que os órgãos de saúde da China têm para compartilhar com os outros países.
George Gao responde que o distanciamento social é o método mais importante no controle as doenças infecciosas e mais ainda nas infecções respiratórias como é o caso do COVID-19.
Jonh Coen perguntou como foi realizada a coordenação de isolamento, se primeiro se começou o isolamento em Wuhan e só depois em Hubai, a pergunta ainda se estendeu se em uma província foi mais rigorosa o isolamento do que em outras.
George Gao responde que as medidas devem ser entendidas e consensual e, para que isso aconteça é necessário uma grande força política, local e nacional.
Jonh Coen continua a entrevista perguntando quais são os erros mais graves cometidos pelos outros países atualmente. George Gao diz que, no ponto de vista dele, nos Estados Unidos e na Europa, as pessoas não estão usando máscaras.
Ele segue dizendo que o vírus é transmitido por gotículas da respiração de uma pessoa outra pessoa. E são essas gotículas que desempenham um papel fundamental na infecção do vírus, por isso a necessidade de usar máscaras. Segundo ele, muitos indivíduos infectados são assintomáticos e, por isso, ao falar sem a máscara podem infectar a outros indivíduos saudáveis.
Jonh Coen pergunta se há outras medidas usadas na China, ressaltando o uso de termômetros por lá. George Gao responde que de fato, onde você for, na China, encontrará termômetros e, é vetada a entrada de pessoas com febre em lugares públicos. Ele segue dizendo que os resultados obtidos nos estudos norte-americanos e da china sugerem que é muito difícil destruir o vírus em certas superfícies, ou seja, tudo indica que esse vírus pode sobreviver em diversos ambientes.
O entrevistador segue questionando sobre a data de surgimento dos primeiro caso de COVID-19 na China. Pesquisadores chineses relataram que o primeiro caso ocorreu em 1º dezembro de 2019, mas com base em um relatório interno do Estado Chinês, o primeiro caso já havia surgido em 17 de novembro 2019. Para George Gao, não existe nenhuma prova concreta da existência de focos epidêmicos no mês de novembro.
O entrevistador questiona sobre onde a doença se originou. A pergunta está relacionado à hipótese de que a origem foi por um vírus que tinha contaminado humanos a partir de um animal que havia sido vendido no mercado de frutos do mar de Huanan. No entanto, o entrevistado em um artigo afirmou que os quatro dos cinco primeiros de infectados não tinham ligação com o mercado de Huanan.
George Gao diz que todos pensam que esse mercado foi a origem da doença, mas ele defende que não é possível afirmar se foi lá que a doença surgiu pela primeira vez ou se foi penas um lugar por onde se espalhou.
O entrevistador questiona sobre a demora da China em compartilhar o genoma do vírus e ao fato de que nem foi o Estado chinês que tornou publico a existência do coronavírus, mas sim do Wall Street Journal. O entrevistado concorda que de fato houve mais ou menos um dia de atraso entre a publicação de um anuncio oficial e do artigo publicado..
O entrevistador questiona sobre a demora do Estado Chinês em declarar oficialmente a evidência de transmissão entre humanos. George Gao revela que ainda não havia informações epidemiológicos detalhados.
Ele defende que na China aconteceu do mesmo modo que aconteceu na Europa e nos Estados Unidos. No início, os cientistas, como todos os outros, pensaram que "era apenas mais um vírus".
Jonh Coen, o entrevistador, pergunta a George Gao se ele acredita que a parte da população chinesa que foi infectada seria suficiente para garantir a imunização da população. George Gao então responde que a imunidade coletiva não foi alcançada e que ainda é necessário esperar resultados concretos da pesquisa de anticorpos para assim saber exatamente a quantidade de pessoas infectadas.