Nesta última terça-feira (19) foi anunciado pelo presidente da República Jair Bolsonaro que será assinado nesta quarta-feira (20) pelo ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, um novo protocolo a respeito do uso de hidroxicloroquina no combate ao coronavírus.
De acordo com o que foi dito por Bolsonaro, o novo protocolo, que ainda será assinado, prevê que o remédio será indicado desde os primeiros sintomas da doença. As informações foram dadas pelo presidente em meio a uma entrevista que foi transmitida através das redes sociais.
Na entrevista, Bolsonaro declarou que falaria em primeira mão para o jornalista Magno que nesta quarta-feira (20) o ministro da Saúde iria assinar o novo protocolo em relação ao uso de cloroquina no tratamento da covid-19.
Ele ainda destacou que o último protocolo que foi adotado em relação ao medicamento em questão é do dia 31 de março, quando permitia que fosse feito o uso do medicamento apenas em casos graves da doença. Agora, segundo o presidente esclareceu, será usado logo nos primeiros sintomas da doença.
A nova defesa por parte do presidente em relação ao uso da cloroquina como tratamento aconteceu no mesmo dia em que o Brasil atingiu pela primeira vez a marca de mais de mil mortes por Covid-19 em um período de 24 horas.
Bolsonaro faz piada
Na entrevista, ao anunciar a respeito do novo protocolo que será adotado agora, Bolsonaro ainda aproveitou para fazer uma piada a respeito do assunto. O presidente declarou que tomaria o remédio quem quisesse, e quem não quisesse não precisaria tomar.
Em seguida, disparou que quem fosse de direta tomaria cloroquina e quem fosse de esquerda tomaria tubaína (um tipo de refrigerante).
O uso da hidroxicloroquina em pacientes que foram infectados com o coronavírus tem se tornado tema de vários estudos ao redor do mundo. Contudo, até o momento os pesquisadores ainda não chegaram a uma conclusão a respeito dos resultados do remédio, e se ele de fato possui uma boa eficácia no combate da doença.
A recomendação do medicamento no Brasil é algo que tem gerado várias divergências, que aconteceram inclusive entre o presidente da República e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que chegaram a debater vários momentos a respeito do uso do medicamento.
No dia 23 de abril, representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM) realizaram uma reunião juntamente com Bolsonaro, onde declararam que não recomendavam que fosse feito o uso de hidroxicloroquina para os pacientes com Covid-19.
O órgão, porém, decidiu que irá liberar agora que os médicos receitem o medicamento em questão, mas que isso acontecerá em três casos específicos somente.
De acordo com isso, o remédio será liberado em pacientes em estado crítico na UTI, ao chegarem ao hospital com os sintomas da doença e quando paciente apresentar sintomas como de uma gripe comum.