O laboratório americano Merck Sharp & Dohme (MSD) anunciou na última segunda-feira (11) ter feito uma solicitação de autorização de uso emergencial nos EUA para seu remédio via oral contra a Covid-19.

O medicamento experimental, chamado molnupiravir, promete tratar casos de Covid-19 de leve a moderada intensidade em adultos que estejam correndo o risco de ter o quadro de Covid-19 agravado, ou ser internado, declarou o laboratório por meio de um comunicado.

A empresa ainda declarou que está trabalhando com agências reguladoras de todo o mundo para submeter pedidos de uso emergencial ou permissão para comercializar o medicamento nos próximos meses.

Parceria

Além da MSD, a Ridgeback Biotherapeutics também está envolvida no projeto. As empresas conduziram um estudo clínico com cerca de 770 pacientes, com metade deles tendo recebido placebo e a outra metade recebendo a pílula. O experimento durou cinco dias.

Todos os pacientes estavam com Covid-19. Eles tinham sintomas que se desenvolveram nos cinco dias após designação para os dois grupos.

Dos pacientes que tomaram o molnupiravir, 7,3% tiveram que ser hospitalizados, enquanto entre os que tomaram placebo o número foi de 14,1%, o que representa uma redução do risco relativo de cerca de 50%.

As empresas asseguraram que a eficácia é a mesma contra todas as variantes, até mesmo a delta, e também disseram que o remédio é seguro.

Especialistas, entretanto alertaram que não se trata de uma cura milagrosa e que o medicamento deve ser uma complementação às vacinas, e não ser usado para substituí-las.

No comunicado, a MSD declarou que pretende produzir dez milhões de tratamentos até o final deste ano.

Os Estados Unidos já se adiantaram e compraram 1,7 milhão desses tratamentos com o novo remédio, já contando que ele seja aprovado.

A agência global de saúde Unitaid anunciou estar colaborando com a ACT-Accelerator para garantir que o medicamento seja fornecido também para países de baixa e média renda.

Brasil

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai participar na próxima semana de um estudo com o novo remédio. A pesquisa se encontra na fase 3.

A Fiocruz ficará encarregada por dois dos sete centros no país, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.

O estudo vai ser liderado pelos pesquisadores Julio Croda e Margareth Dalcomo.

A pesquisa vai ser feita com pessoas que moram com alguém que tenha testado positivamente para a Covid-19 nos últimos três dias e não tenham apresentado sintomas da doença.

O experimento terá a duração de cinco dias seguidos e os participantes deverão tomar o medicamento duas vezes ao dia.