Cientistas americanos publicaram no último dia 3 de abril, na revista científica Nature Astronomy, uma pesquisa que apresenta evidências da detecção de ondas de rádio vindas de um planeta a 12 anos-luz de distância da Terra. Segundo os pesquisadores, esse "sinal coerente" parece ter sido criado a partir de interações entre o planeta e uma estrela próxima, o que indicaria que o planeta pode ter um campo magnético e até mesmo uma atmosfera, ambos sinais essenciais para a existência de vida.
Sobre o planeta
O planeta em questão é o YZ Ceti B, um pequeno planeta rochoso localizado a aproximadamente 12 anos-luz de distância da Terra.
Os cientistas estavam investigando o sistema estelar YZ Ceti quando perceberam que um dos corpos orbitando a estrela "refletia", de forma padronizada, as ondas de rádio emanadas pela estrela.
Embora todas as estrelas, incluindo o nosso Sol, emitam ondas de rádio para seus arredores, a reflexão do YZ Ceti B indica que o planeta rochoso está fazendo algo peculiar que somente planetas com polos magnéticos conseguem fazer. Um outro planeta que tem polos magnéticos é a Terra, o que leva os pesquisadores a considerar isso uma condição essencial para a existência de vida em nosso planeta.
O astrofísico Sebastian Pineda, pesquisador da Universidade do Colorado Boulder e autor principal do estudo, disse à imprensa que a descoberta foi surpreendente e que foi muito bonito ver a primeira onda refletida.
Pineda acrescentou que quando eles viram o fenômeno acontecer novamente, ficou claro que eles tinham algo especial em mãos.
No entanto, a continuação dessa pesquisa tem uma dificuldade em vista da invisibilidade do planeta YZ Ceti B. Embora todos saibam que ele está lá e seja provavelmente o "refletor" das ondas magnéticas, confirmar isso com o equipamento atual é um verdadeiro desafio para os pesquisadores.
Joe Pesce, diretor de programa do Observatório Nacional de Radioastronomia dos EUA (NRAO, na sigla em inglês), disse em um comunicado que a pesquisa pode ser a chave para descobrir vida fora da Terra e que a busca por planetas potencialmente habitáveis ou portadores de vida em outros sistemas solares depende em parte da capacidade de determinar se exoplanetas rochosos semelhantes à Terra possuem campos magnéticos.