Considerado um dos maiores escritores do Brasil, morreu na tarde desta quarta-feira (15), no Rio de Janeiro, Rubem Fonseca. Ele foi vítima de infarto. Estava em seu apartamento, no Leblon.
Fonseca chegou a ser levado para o Hospital Samaritano. O colunista Lauro Jardim de “O Globo” ouviu um parente do escritor. Ele afirmou que o escritor “apagou como um passarinho”.
Os médicos chegaram a socorrê-lo, sem sucesso. A característica de Fonseca era descrever situações e ambientes com minúcias. Foi um dos autores mais adaptados ao audiovisual.
Rubem Fonseca é dono de uma vasta obra literária.
Entre os destaques, "Feliz Ano Novo, de 1975, que foi censurado pela ditadura por descrever situações de sexo e violência. Antes disso, o escritor foi festejado pelo crítico literário Wilson Martins pelo livro “Os prisioneiros”, publicado em 1963, que descreve a vida no limite da loucura.
McCartney
Lúcia McCartney foi lançado em 1967. Conta a história de uma prostituta fã do beatle Paul McCartney, que se apaixona por um cliente. A Literatura abriu caminhos para as telas do cinema, em um longa de 1971 e, em seguida, uma série de TV, exibida no canal GNT.
Outra obra de Fonseca foi escrita em 1973. “Morel” conta a história de Paulo Morel, artista preso sob suspeita de homicídio. O romance carrega sexo e violência e não é possível identificar se é um caso de ficção ou a vida dele.
O cobrador
Rubem Fonseca escreveu, em 1979, “O cobrador”, considerado uma resposta do escritor à censura. Temas polêmicos como aborto e tráfico de drogas são enfocados no conto. Nos últimos 10 anos, o escritor lançou cinco livros. José, em 2011 (romance) e os contos “carne crua”, “histórias curtas”, “calibre”, “amálgama” e “axilas e outras histórias indecorosas”.
Repercussão
Nas redes sociais, a morte de Rubem Fonseca repercutiu. De acordo com o escritor Marçal Aquino, disse que o escritor era jovial. “Mais jovial que muitos jovens”. Ele chamou Fonseca de “maestro querido”.
Carlos Andreazza, editor-executivo da Editora Record, destacou que era "leitor voraz" de Rubem Fonseca, "quando moloque.
Lembrou que o escritor era amante de futebol e vascaíno.
O autor de "Corpo Presente", João Paulo Cuenca, afirma que o escritor ficará mais vivo que nunca na memória da literatura brasileira. O jornalista e escritor José Eduardo Agualusa resume a importância de Fonseca para a literatura. Na visão dele, escritores morrem quando deixam de ter leitores, o que nunca acontecerá com o escritor que morreu na tarde desta quarta-feira (15). Rubem Fonseca nasceu em Juiz de Fora (MG) em 11 de maio de 1925. Ele se mudou para o Rio de Janeiro aos 8 anos. Formou-se em Direito e trabalhou como comissário de polícia, experiência descrita em uma das obras do escritor.