Nesta sexta-feira (3), a Netflix anunciou que manterá o filme polonês “365 Dias" em sua lista de catálogo. O filme tem sido criticado e há pedidos para que seja retirado do ar. A cantora britânica Duffy afirmou, em carta aberta na última quinta-feira (2), que o longa ressalta de forma natural e até glamoriza a dura realidade do tráfico sexual, do abuso e do sequestro.
A carta aberta da cantora e compositora foi direcionada ao CEO da Netflix, Reed Hasting, onde deixa clara sua Opinião quanto à posição da Netflix. Ela também mostrou uma clara preocupação quanto à exibição do filme, que tem sua origem baseada na Literatura da trilogia do best-seller da autora polonesa Blanka Lipinska.
O filme está descrito como drama erótico e é protagonizado pela atriz também polonesa Anna-Maria Sieklucka, que faz o papel de uma Mulher aprisionada por um mafioso da Sicília, interpretado pelo ator italiano Michele Morrone. No longa, o mafioso dá à sua refém um ano para que ela se apaixone por ele. Os métodos utilizados por criminoso para envolver sua 'presa' são considerados psicologicamente brutais.
Sequestrada e estuprada, Duffy crítica o filme '365 dias'
Duffy afirmou que, em 2010, foi vítima de sequestro e abuso por quatro dias e, indignada, criticou a obra proposta pela Netflix. Para a artista, o longa mostra uma distorção do real sentimento gerado na vítima de sequestro. Além disso, acredita que o filme erotiza o abuso e propaga o falso "glamour" de tráfico humano, mostrando uma ideia de um simples "filme sexy" quando, na verdade, seria o oposto.
Ainda segundo Duffy, o tráfico humano e o sequestro não estão constantemente sendo monitorados e vistos.
Contudo, quando o tema é tratado, mostra um filme com o título de "365 dias" (tempo para a mulher se apaixonar) que esconde o real sofrimento das vítimas diárias em todo o mundo, sendo então colocado como um simples "drama erótico".
As críticas não foram respondidas diretamente, mas o porta-voz da Netflix informou que as indicações do filme mostram claramente que ele contém sexo, nudez e violência. Portanto, fica a critério de seus membros assistir ou não.
Membro da Netflix informa que conteúdos podem ser filtrados
Desde que o filme estreou na Netflix, no mês passado, muitas foram as visualizações. Ele também ressaltou que o filme polonês foi lançado em vários cinemas nos mais variados países no mês de fevereiro de 2020 e informou que a Netflix não está envolvida em sua produção. No comentário feito por e-mail, o porta-voz afirmou que a empresa visa oferecer aos seus clientes uma maior variedade de escolhas e experiências.