Exatamente há cinquenta anos, 20/07/1969, o homem cravava uma de suas maiores aventuras em sua história: a primeira visita e investigação à Lua, satélite que ilumina nossas noites.
Cantada e sonhada por poetas, escritores e por místicos, a Lua sempre estimulou o imaginário da humanidade. Vista geralmente com a coloração branca, assume outras cores e formatos no céu. Cheia, minguante, nova ou crescente. O que fica mesmo é seu caráter mutável e misterioso.
No entanto, o interesse do homem ia além; queria saber se lá na Lua havia alguém como ele e se era tão bonita quanto vista da Terra.
O tempo passou e sua curiosidade se tornou mais científica e, claro, aventureira.
Começo de um sonho realizado
A missão exploratória desceu às 17:17 h (horário de Brasília) daquele 20 de julho em solo pedregoso e árido. Dois astronautas fincaram seus calçados e pegadas na Lua: o primeiro foi Neil Armstrong e o segundo, Edwin Aldrin.
Eles não sabiam, mas representavam cerca de 500 milhões de pessoas que ligaram suas televisões em todo o mundo, para acompanhar algo que só era possível nas telas de cinema. Talvez por intuição e sagacidade, Armstrong se sentiu tocado pela imensurável importância do momento e soltou a célebre frase: “um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a Humanidade”.
Entre o pouso e o primeiro passeio foram quase seis horas de expectativas. Só às 23:56 h, o primeiro astronauta pôde colocar o pé no chão lunar.
Competição nos bastidores
O Projeto Apolo era o contraponto e resposta dos Estados Unidos em relação à União Soviética. Naquela época, vivia-se a Guerra Fria e o desenvolvimento de tecnologias aliado à exploração de novos espaços fora da Terra eram temas centrais e relevantes para as superpotências.
Os russos se gabavam da superioridade nessa área, visto que tinham colocado o primeiro astronauta a girar em torno do nosso planeta azul, Yuri Gagarin. Em 1966, outro ponto a favor dos “camaradas soviéticos” foi o pouso da primeira sonda na Lua. Ambos eram o suficiente para a terra do “Tio Sam” reagir e recuperar o terreno perdido.
Em 1961, o então presidente dos EUA, John Kennedy, objetivava tirar a dianteira estabelecida por Moscou. Cerca de 400.000 pessoas se envolveram no Projeto Apolo, mas um dos líderes a encampar e tirar do papel o tal projeto foi, espantosamente, um engenheiro que trabalhou para os nazistas na Segunda Guerra Mundial. Seu nome era Wernher Von Braun. A parte bizarra de sua carreira está na invenção dos foguetes que dizimaram Londres durante o conflito sangrento na Europa. Perto do fim da Segunda Guerra, Wernher oferece seus serviços aos americanos. Particularmente, o engenheiro alemão estava convencido de que a única maneira de superar os russos seria o envio de uma missão tripulada à Lua.
Os trâmites para viabilizar esta ambição foram rápidos, tanto da parte do Congresso americano, viabilizando a parte financeira, como o lançamento, em curto espaço de tempo, de quatro missões antes da Apolo 11.
Enfim, na data de 16 de julho de 1969, o foguete de propulsão idealizado por Von Braun decolava sob o olhar de um milhão de pessoas presentes em Cabo Canaveral, na Flórida.
Visita e impulso à ciência
Quatro dias depois, lá estavam Neil e Aldrin fazendo sua estada na Lua. Ficaram mais ou menos por duas horas e meia, colhendo quilos de rochas lunares e fotografando a paisagem do corpo celeste. Ainda instalaram um sismômetro e dois aparatos científicos. Antes de regressarem ao módulo da aeronave, fincaram a bandeira dos Estados Unidos, deixaram algumas “lembrancinhas” terráqueas e uma medalha homenageando o cosmonauta russo Yuri Gagarin. Ao todo, tiraram mais de 1.300 fotos, enquanto o terceiro astronauta, Michael Collins pilotava a nave há 22 horas na órbita da Lua.
Mais tarde, Collins confessou seu temor na hipótese de a missão fracassar, voltando sozinho para a Terra. Estava enganado, pois, os três voltaram vivos, perfurando a atmosfera em 24 de julho e caindo num ponto do Oceano Atlântico.
Todos, tripulantes e o módulo Columbia de apenas 12 toneladas (nada se comparado com as 3.000 toneladas dos outros módulos usados para impulsionar a cápsula até o espaço), estavam salvos.
Planos para o futuro
Perto da data de comemoração das “bodas de ouro”, a Nasa comunicou que planeja uma nova missão de exploração à Lua. O nome mudará para Artêmis, a qual é a irmã gêmea de Apolo na mitologia grega. A empreitada também contaria com tripulação, mas neste caso, os americanos pensam em colocar uma mulher para repetir a façanha histórica de Neil Armstrong.
De acordo com a agência espacial americana, isso ocorreria em 2024. Alguns acham que o cronograma é apertado, porém, não levam em consideração de que há outros países interessados na exploração da Lua. Além da Rússia, a China e a Índia têm objetivos apontados que variam entre o comercial e o científico.
Bem, até agora a única coincidência realmente interessante e incrível está no ano de nascimento dos pioneiros de 1969: os três astronautas americanos nasceram no ano de 1930. Resta saber se esta igualdade numérica se traduzirá num futuro construtivo entre os países interessados.