Não é a primeira vez que o mundo assiste ao transporte de casas e imóveis em cima de veículos projetados para aguentar o peso e a intensidade de uma aventura como essa.

A novidade é que no fim desta semana uma família dos Estados Unidos completou a tarefa de transferir uma mansão construída no século 18 não por meio rodoviário, mas sim, por meio marítimo.

O novo destino da residência em estilo gregoriano ficará a 80 km do local de onde se encontrava anteriormente. A mansão Galloway situava-se na cidade de Easton e seu novo endereço passará a ser a cidade de Queenstown, no estado norte-americano de Maryland, na costa leste.

Quem serviu de suporte e de meio para fazer esta mudança foi uma balsa que enfrentou o mar durante alguns dias deste mês de setembro. Se colocarmos na realidade do estado de São Paulo, a embarcação fez um percurso quase equivalente entre as cidades de São Paulo e Campinas.

O atual dono desta casa atende pelo nome de Christian Neeley, que a adquiriu por US$ 500 mil. Porém, ele gastou mais com a logística envolvida, ou seja, o transporte de balsa: cerca de US$ 1 milhão para levar a casa ao novo destino. Para se fazer a empreitada, foi preciso um planejamento prévio de dois anos até que se concretizasse desta forma.

Perguntado sobre qual seria o motivo de tal transferência, Neeley diz que adorou a mansão, mas não queria que ela ficasse no local anterior, porque ele não tinha gostado da localização.

Na época da compra, a casa estava abandonada, o que justificaria o valor estipulado para a transação de sua compra.

Outro dado curioso sobre essa façanha está na velocidade desenvolvida pela balsa: a fim de não afetar a estrutura da residência, ela só podia navegar até 8 km/h. Percebe-se que a operação foi demorada.

História e valor sentimental

A mansão Galloway foi construída entre os anos de 1760 e 1764 e foi dada como presente de casamento para William Nicols e Henrietta Maria C. Nicols. Lá, eles tiveram quatro filhos e morreram em 1778. Depois, a casa teve várias funções com o decorrer do tempo. Sua área de 600 hectares foi propícia para o desenvolvimento da agricultura e da criação de gado.

Seu último habitante foi uma florista que a utilizou como moradia por 50 anos.

Seu mais recente morador, Christian Neeley, assegura que a mansão servirá como habitação para as quatro gerações de sua família. Ele disse também que a construção passará por um período de restauração, preservando o estilo gregoriano da casa. Ele deseja restabelecer o padrão original de arquitetura para aqueles espaços da residência onde se observaram modificações feitas pelos moradores anteriores.

O mais legal dessa história surpreendente é que Christian deixou escapar uma frase instigante quando questionado sobre o novo local da mansão: [ela] “não foi para um lugar aleatório”, sinalizando que a mudança tinha uma escolha premeditada.

É que o novo endereço da mansão Galloway ficará perto do túmulo de uma das componentes da família Nicols, a qual está enterrada em Queenstown.

Para Neeley, o fato de a casa se localizar próxima de um dos ex-moradores é a perduração da memória e da história tanto dos moradores antigos quanto da construção através dos tempos.