A inflação é o efeito do aumento persistente e generalizado nos preços de mercadorias, bens e serviços de uma determinada comunidade. Diferente da simples oscilação de preços, que é comum em qualquer ramo de negócios, a inflação desvaloriza a moeda corrente e, na mesma proporção, diminui o poder de compra do consumidor.

Um modo prático de como conferir, em termos relativos, o nível de inflação de uma economia são as compras feitas no supermercado.

O próprio consumidor pode fazer isso e chegar a uma conclusão, checando a sua lista de compras e comparando o preço que se paga atualmente com o preço que se pagava há um mês, seis meses ou um ano. Mantendo-se a mesma lista com a mesma quantidade de produtos, a diferença no preço define, grosso modo, a taxa de inflação no período.

Evidente que não se pode comparar um modo caseiro de medir a alta nos preços de produtos feitos por um simples consumidor, com os modelos técnicos utilizados por órgãos oficiais como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é medido mensalmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O IPCA é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. Todavia o modelo rudimentar servirá ao menos como planilha de controle de gastos. Há diversos agentes causadores do efeito inflacionário nos preços. Entre eles destacam-se:

Agentes causadores de inflação

Gastos públicos desproporcionais: ocorre quando as despesas do Governo são maiores do que suas receitas, ou seja, gasta mais do que arrecada. Uma das medidas administrativas para conter este déficit é aumentar ou criar novos impostos, causando um “efeito dominó” que, invariavelmente, encerra no aumento nos preços dos produtos.

Alto custo de produção: quando há o acréscimo no custo de produção de um produto ou serviço, como, por exemplo, o aumento dos impostos citado acima, ou aumento no preço da matéria-prima e mão de obra, esse acréscimo também é repassado ao consumidor.

Baixa no volume de produção: quando a procura por um produto é bem maior que sua disponibilidade no mercado, há um desequilíbrio na balança oferta & demanda, e isso também causa o aumento nos preços. As razões para queda na produção são muitas, como escassez de matéria-prima e/ou mão de obra qualificada, por exemplo.

Deflação é o oposto da inflação

Ao contrário da inflação, a deflação é a queda acentuada, constante e generalizada nos preços dos produtos e serviços, durante um determinado período de tempo. Aos olhos de alguns consumidores isso pode ser benéfico, pois aumenta relativamente o seu poder de compra. Contudo, no médio e longo prazo isso pode acarretar consequências desastrosas para a economia.

Ficando mais tempo em casa, por conta da quarentena imposta como medida obrigatória de contenção ao avanço da pandemia da Covid-19, os consumidores tendem a gastar menos, isto impulsiona os preços dos produtos para baixo. Acrescentando-se a insegurança quanto ao futuro da economia e do emprego, os consumidores tendem a economizar e, literalmente, guardar dinheiro. Esse comportamento derruba ainda mais os preços, o que pode causar uma deflação prolongada.

Muitos economistas concordam que, analisando os dois possíveis cenários e suas consequências, a deflação pode ser pior que a inflação e mais difícil de ser controlada. Do ponto de vista da macroeconomia os resultados negativos são muito parecidos: recessão, desemprego, aumento da desigualdade social e da pobreza, etc.

Já entre os fatores que podem causar deflação nos preços de produtos e serviços, destacam-se:

Desequilíbrio entre oferta e procura: com a queda no nível de consumo as empresas são obrigadas a reduzir os preços ao máximo (deflação) para fazer girar os estoques. Não raro, dá-se início a um ciclo vicioso no qual a roda da economia gira ao contrário, e, com a baixa nas vendas, faz-se necessário reduzir também a produção, e a baixa produtividade gera desemprego, e com mais pessoas desempregadas o nível de consumo diminui ainda mais.

Baixo volume de dinheiro em circulação: quando há pouco dinheiro circulando no mercado, de um modo geral, significa que ou os juros estão muito altos ou os investimentos não são atrativos.

Esses fatores diminuem o volume de dinheiro circulando, provocando a queda nos preços (deflação) e prejudicando a economia.

A inflação, portanto, é o efeito do aumento persistente e generalizado nos preços, enquanto que a deflação é, em suma, a queda. Ambas são causadas, entre outros motivos, pelo desequilíbrio na balança oferta & demanda. E as duas podem ser muito nocivas para a economia de um país.