O valor do auxílio emergencial promovido pelo governo nem sempre será suficiente para suprir as necessidades básicas. Então defina as prioridades e organize sua vida financeira.

Confira dicas importantes de como usar da melhor maneira o auxílio emergencial

Pouco mais de um mês depois do início do isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus, o Governo federal já pagou boa parte da primeira parcela do auxílio emergencial no valor de R$ 600 ou R$ 1.200 para autônomos, informais e microempreendedores individuais.

Levando em conta que o preço médio da cesta básica fica em torno de R$ 400 e R$ 520 em algumas capitais brasileiras, segundo o DIEESE, e que o salário mínimo atual é de R$ 1.045, em algumas famílias o valor não será suficiente para suprir todas as necessidades básicas.

E a situação pode se agravar ainda mais por causa da demora na análise e liberação do auxílio, fato que implica em atraso no pagamento das contas de consumo de muitos brasileiros.

Segundo Ricardo Balistiero, economista e professor do IMT (Instituto Mauá de Tecnologia), em entrevista ao site Valor Investe, os R$ 600 vão ser de grande valia, porém cumprem bem o objetivo de evitar que as famílias passem necessidade, apenas. Ele reforça que o ideal seria que o governo estendesse o prazo de pagamento do benefício, visto que não temos informações conclusivas por parte das autoridades médicas de quando o distanciamento social chegará ao fim.

Conforme alguns especialistas, ouvidos pelo Valor Investe, seguem algumas dicas de como investir ou quais contas pagar primeiro com o dinheiro do Auxílio Emergencial.

Logo em seguida, recomendações do Canal 1Bilhão Educação Financeira, de Fabrizio Gueratto, que descreve o que “não” se deve fazer (em hipótese alguma) com esse benefício. Caneta e papel na mão!

O que fazer com o dinheiro do Auxílio Emergencial:

  • A sobrevivência é prioridade. Fazendo jus ao nome, o auxílio emergencial deve ser gasto, em primeiro lugar, com itens indiscutivelmente essenciais, tipo alimentação e água. Por isso depois de receber o valor do benefício, a primeira visita deve ser ao supermercado.
  • Contas de consumo: água e luz. Embora algumas companhias tenham estendido o prazo e noutras não há previsão de corte do fornecimento de água e luz, as dívidas continuam ativas e podem gerar multas e até mesmo negativação do usuário junto aos órgãos de proteção ao crédito.
  • Negocie ou barganhe um desconto à vista. Se o dinheiro for insuficiente para pagar algumas dívidas, atrasadas ou não, entre em contato com o fornecedor e barganhe um desconto para pagamento à vista, ou negocie prazos com juros menores (de preferência sem juros). Muitas companhias são solidárias com seus clientes em função da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus.
  • Organize sua vida financeira. Se estiver inadimplente com o cheque especial ou cartão de crédito, é melhor buscar uma alternativa com juros mais baixos, como o crédito pessoal, por exemplo. E faça o possível para manter o seu nome limpo.
  • Procure crédito mais barato. Se, em todo caso, tiver que contrair alguma dívida, seja criterioso e disciplinado, evite que suas contas se transformem em bolas de neve, fuja dos juros altos e taxas abusivas! Barganhe! É seu direito.
  • Bancos e financeiras são solidários! Algumas dívidas não são prioridades nesse momento, apesar de ser sensato deixar bem claro aos fornecedores de que serão pagas. Aproveite a solidariedade dos Bancos e Financeiras e solicite o prolongamento de algumas prestações não essenciais, desde que não sejam acrescentados juros. Enfim, aproveite o dinheiro do auxílio emergencial para pagar as contas mais urgentes.

Dicas para não desperdiçar o dinheiro do auxílio emergencial:

  • Não emprestar o dinheiro. Sabemos que a situação é crítica para muitos, mesmo assim não é recomendável emprestar esse dinheiro para outras pessoas (salvo em casos familiares e/ou com alguma garantia). Seja prudente e guarde o que sobrar.
  • Não fazer gastos desnecessários. Não sabemos quando essa crise termina. Por isso evite gastos desnecessários e superficiais como joias, celulares, eletrônicos, etc. Organize sua vida financeira: faça anotações com sua renda, despesas e contas a pagar.
  • Não realize sonhos, atente à realidade! Não é momento mais apropriado para realizar sonhos que podem ser adiados. Depois de pagar as contas, guarde o que sobrar e planeje a viagem ou o celular novo para o futuro pós-crise.
  • Não faça dívidas, pague à vista. Aproveite o poder de barganha que o dinheiro do benefício infere e compre ou pague à vista (com desconto), não parcele e não contraia dívidas. Afinal de contas são apenas três parcelas de auxílio emergencial!
  • Não invista sem orientação profissional. Se decidir fazer algum investimento procure orientação de um profissional da área. Ações de algumas companhias, por exemplo, caíram muito em função da pandemia do novo coronavírus, e talvez alguns ativos não sejam recomendados nesse tempo de crise.
  • Não escute o “canto da sereia”. Quando estiver com seu dinheiro do benefício em mãos, não faltará oportunidade para gastar ou investir. Então tome cuidado com algumas pirâmides financeiras e entidades correlacionadas, que prometem lucros exorbitantes em pouco tempo. Na maioria das vezes não passam de golpe.