Mais de um ano depois do descobrimento do novo coronavírus em Wuhan, na China, cientistas do mundo todo ainda lutam diariamente para descobrir uma vacina que seja amplamente capaz de propiciar a imunogênese (criação de imunidade) contra a Covid-19 e suas variantes.
Alguns países já desenvolveram vacinas que se mostraram eficientes na redução da contaminação e principalmente na redução dos casos graves provenientes da infecção pela Covid-19. Conheça algumas dessas vacinas e como elas foram desenvolvidas.
Vacina Coronavac (Butantan/Sinovac)
A vacina intitulada Coronovac é uma vacina produzida no Brasil pelo instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
Essa vacina é produzida com o vírus da Covid-19 inativado, ou seja, o vírus passa por um processo laboratorial que inutiliza a ação do vírus dentro do corpo humano.
Apesar do vírus ser desativado e portanto não ser capaz de gerar a doença em quem recebe a vacina, ele pode gerar imunidade a chamada imunidade adquirida ou específica.
O vírus inativado é injetado na corrente sanguínea e reconhecido pelas células de defesa, chamados de linfócitos T.
Após o reconhecimento do organismo invasor, uma célula de defesa passa a informação para outra célula de defesa, essas células capazes de reconhecer o vírus se multiplicam e deixam a pessoa vacinada imune aos efeitos mais drásticos da doença.
A coronavac pode ser armazenada em temperatura de geladeira que corresponde de 2°C a 8°C, podendo ficar sem refrigeração por até 27 dias, o que garante grande vantagem logística.
Porém, para que a vacina adquira seu potencial máximo, ela necessita de duas doses, necessitando assim de uma produção maior para que seja garantida a imunização da população.
Hoje a coronavac é a vacina predominante no sistema de Saúde brasileiro, sendo responsável inclusiva por ser a primeira vacina aplicada no país.
Vacina Covishield (Oxford/Fiocruz)
A vacina denominada Covishield produzida pelo faculdade de Oxford em parceria com a Fiocruz.
É uma vacina construída a partir de uma tecnologia chamada de vetor viral não replicante.
Simplificando o processo, um adenovírus (família diferente do coronavírus) é modificado geneticamente em laboratório para que ele carregue as informações genéticas do vírus causador da Covid-19.
Esse adenovírus modificado entra em contato com a célula e passa a informação genética do novo coronavírus, a célula infectada começa a mostrar essa informação na sua membrana celular, sendo prontamente reconhecida pelo sistema imune e gerando imunidade.
A Covishield também pode ser armazenada em temperaturas que vão de 2° a 8º por até 6 meses.
É uma vacina que também necessita de duas doses, por isso sua demanda de produção deve ser mais alta.
Vacina Janssen (Johnson & Johnson)
A vacina da Janssen, empresa que faz parte da grande Johnson & Johnson, é uma das grandes candidatas a integrar o plano de vacinação brasileiro contra a Covid-19.
A vacina também se utiliza das técnicas de vetor viral, onde um adenovírus é geneticamente modificado com informações que acusem o reconhecimento celular do novo coronavírus.
A grande vantagem dessa vacina está no fato de que ela será realizada em dose única, ou seja, apenas uma dose da vacina já será suficiente para imunizar uma pessoa contra os efeitos mais graves da Covid.
Outra grande vantagem dessa vacina consiste no fato de que ela não precisará ser armazenada em temperaturas abaixo de zero, informação muito importante para um país tropical como o Brasil
Vacina Pfizer/Biontech
A vacina da Pfizer em parceria da Biontech é uma vacina que já vem sendo usada em muitos países ao redor do mundo.
O desenvolvimento dessa vacina se baseia nos princípios de uma molécula chamada de RNA mensageiro.
O RNA mensageiro criado em laboratório se assemelha muito a tão estudada proteína spike que o coronavírus utiliza para se acoplar a membrana celular e invadir o hospedeiro.
As células do sistema imune são capazes de reconhecer essa sequência de RNA, ficando "treinadas" em combater qualquer agente infeccioso que apresentar essas características, no caso, o coronavírus.
A grande desvantagem dessa vacina é sempre sombra de dúvidas a maneira como ela deve ser armazenada para que o composto não perca sua validade. A vacina da Pfizer deve ser colocada em refrigeradores que vão de -60°C a -80°C, o que torna extremamente dificultoso ou até mesmo inviável a sua utilização em países que não possuam grande estrutura de refrigeração.
A vacina da Pfizer também é aplicada em dose dupla.