Desde dezembro de 2019, o mundo vem passando por uma crise sanitária sem precedentes após a descoberta de um novo coronavírus capaz de infectar pessoas e gerar crises respiratórias. A Covid-19, para se ter uma real dimensão, já ceifou mais de dois milhões e meio de vidas no mundo todo.
O coronavírus e suas mutações
Os vírus, assim como vários dos organismos presentes na Terra, estão sujeitos a mutações. Entretanto, os vírus, por não possuírem maquinarias genéticas capazes de auto replicarem seus indivíduos, estão mais suscetíveis às mutações.
Isso acontece principalmente pelo fato de que os vírus, por serem dependentes de outras células para se reproduzirem, escapam de diversos pontos de controle de replicação, favorecendo mutações que possuem a possibilidade de aumentar taxas como transmissibilidade e sobrevivência.
Variante brasileira (P.1)
A variante brasileira do coronavírus, também conhecida como P.1, ficou amplamente conhecida pelos cientistas em novembro de 2020 quando a comunidade científica notou um grande aumento de casos de infecção por Covid-19 em Manaus.
Essa nova mutação demonstra grande aumento na transmissibilidade do coronavírus e levou o sistema de Saúde público da capital amazonense ao colapso. Com falta de leitos e de oxigênio, vários estados brasileiros seguiram o mesmo problema de Manaus e declararam calamidade pública.
Com relação à linhagem P.1 do coronavírus, os pesquisadores caracterizam principalmente as mutações conhecidas como K417T, E484K e N501Y.
Para que o coronavírus se multiplique dentro do corpo humano, uma proteína chamada spike se liga aos receptores ACE2 da célula humana concedendo ao vírus a entrada que ele precisa para se multiplicar.
Pesquisadores argumentam que as mutações encontradas dentro da linhagem P.1 modificam essa proteína spike e tornam o vírus ainda mais transmissível, pela facilidade com que essa variante interage com as células e consequentemente as invade. Outro ponto citado pelos pesquisadores ao se referirem a essa variante consiste no aumento da capacidade do vírus de "driblar" o sistema imune, dificultando o tratamento e a recuperação do paciente infectado.
Variante britânica (B.1.1.7)
Descoberta na Inglaterra no final de 2020, a variante britânica do coronavírus, apelidada de B.1.1.7, provocou o aumento inesperado do número de casos no país, levando o primeiro-ministro britânico a decretar um novo lockdown.
Estima-se que essa variante do novo coronavírus seja entre 70% e 90% mais transmissível, aumentando a letalidade em até 58% estimam os especialistas.
Mesmo com as medidas de restrição adotadas pelos países para que essa nova linhagem não se espalhasse pelo mundo, o Brasil já registrava casos desta variante do coronavírus em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.
Importância da vacinação em massa e distanciamento social
Considerando todos os pontos demonstrados, a vacinação em massa e o distanciamento social continuam sendo as medidas mais eficazes no combate ao coronavírus.
É importante lembrar que assim como os vírus são capazes de sofrer mutações, o sistema imune também é capaz de se adaptar a essas novas variantes e combatê-las, por isso, é altamente recomendável que toda a população se vacine e aguarde ao menos duas semanas para que o sistema imunológico termine o processo de maturação e proteja o corpo humano de maneira efetiva.