Cachaça, limão e açúcar. A tradicional caipirinha é bem popular, fácil de fazer e está quase sempre acompanhando uma feijoada, um bom churrasco ou qualquer confraternização pelos quatro cantos do país. Existem várias versões que contam como a bebida foi inventada, e pelo menos duas delas contam que o tradicional drinque teria sido criado como tratamento para duas das piores pandemias que a humanidade já enfrentou: gripe espanhola e cólera.
Em tempos de pandemia do coronavírus, há várias opções de vacinas disponíveis. Mas há mais de 100 anos, a medicina não tinha a mesma agilidade para criar curas, tratamentos e prevenções.
Por isso, os remédios caseiros à base de ervas era muito populares, especialmente no interior. Graças a essa tradição, a querida caipirinha pode ter surgido como um tratamento popular para doenças perigosíssimas.
Caipirinha no tratamento da gripe espanhola
A versão mais aceita sobre a invenção da bebida é de que ela foi criada por camponeses pobres da região de Piracicaba (SP) como tratamento para a epidemia de gripe espanhola. Estimativas apontam que a pandemia da doença, que começou em 1918, tenha matado entre 20 e 50 milhões de pessoas.
A primeira receita levava cachaça, mel, alho e limão. Pouco tempo depois o alho foi retirado e o limão substituído pelo açúcar.
Caipirinha como remédio contra a cólera
A terceira epidemia de cólera, entre 1852 e 1860, foi devastadora, matando aproximadamente 1 milhão de pessoas pelo mundo. Uma das formas mais comuns de contágio era a água contaminada. A moléstia causava intensas diarreias e severa desidratação e em muitos casos levava à morte.
Registros históricos de 1856 contam que um engenheiro civil da região de Paraty (RJ) teria criado a caipirinha para evitar que as pessoas bebessem água comum e assim pudessem se contaminar durante um surto da doença na região.
Caipirinha no combate ao escorbuto
Outra interpretação sobre o surgimento da bebida vem do Rio de Janeiro. Marinheiros que passavam pela cidade maravilhosa eram incentivados a consumir limão para combater o escorbuto, doença que se caracteriza pela falta de vitamina C no organismo.
Como já tinham o hábito de consumir cachaça, foi fácil juntar ao limão, colocar açúcar para quebrar a acidez e o gelo para aliviar o forte calor carioca.
Caipirinha inventada como bebida de luxo
Em outra alternativa para a invenção da querida bebida brasileira conta que ricos produtores de cana-de-açúcar do interior de São Paulo teriam criado a caipirinha para valorizar o próprio produto. Eles ofereciam a bebida em jantares chiques como uma alternativa bem brasileira ao uísque.
Com ingredientes simples e baratos, não demorou muito para a bebida se popularizar e cair no gosto dos brasileiros de outros estados.
Receita ganhou inúmeras variações
Hoje a caipirinha é patrimônio nacional e as variações na receita são incontáveis. A cachaça pode ser substituída por outras bebidas como vodca, rum, saquê, tequila e até vinho. Alguns preferem manter a tradição de adoçar a bebida com mel ao invés de açúcar.
O limão pode ser substituído por uma infinidade de frutas, como morango, maracujá, uva, abacaxi, limão-siciliano, manga, tangerina, kiwi e melancia, entre outras. Há outras receitas que incrementam o drinque brasileiro adicionando alecrim, pimenta e manjericão, por exemplo.
Pouco importa como foi criada esta querida bebida do Brasil. O que importa é que o brasileiro adora a caipirinha e não deixa ela faltar, independentemente da combinação de ingredientes.