A fortuna pode estar tão próxima e, muitas vezes, não nos damos conta. Pode ser encontrada até debaixo de nossos pés.

Um sortudo casal inglês estava reformando a cozinha de sua casa, quando se deparou com um pote de metal contendo 260 moedas de ouro.

Sem serem identificados, os dois compraram uma propriedade do século 18, localizada em Ellerby, na Inglaterra. Ao se mudarem para lá, resolveram dar uma reformada na casa. Foi quando descobriram as preciosidades das moedas, datadas do período dos reinados que vão de James I a George I.

Cronologicamente, as moedas têm a idade de 300 anos e, segundo as avaliações feitas, por serem fabricadas em ouro, devem valer cerca de 100.000 libras.

Essa quantia pode ser ainda maior, já que se trata de um tesouro que remete ao passado do Reino Unido. Leiloeiros consultados acham que o acervo vale mais de R$ 1,3 milhão.

Chamando o especialista

O casal, sem saber direito o que fazer, pediu ajuda a uma casa de leilões, situada em Londres, para ter uma noção do que tinham em mãos.

Gregory Edmund foi até a casa deles e afirmou que o tesouro é algo muito diferente do que se achou até agora na arqueologia britânica. Ele disse que as moedas de 50 e 100 libras não têm um motivo claro para o seu enterro. Nem o seu proprietário da época, um homem rico, mostrou interesse em recuperá-las.

Na localidade de Ellerby, região de North Yorkshire, morou uma família abastada, os Fernley-Maisters.

Muito influentes entre os séculos XVI e XVIII, eles viviam de importação e exportação de minério de ferro, madeira e carvão.

Edmond especula que a família Fernley-Maisters não confiava no Banco da Inglaterra, criado recentemente na época. Pela data de cunhagem das moedas, o contexto histórico coincide com a Guerra Civil Inglesa.

Com tantos acontecimentos, os integrantes da família acharam melhor guardá-lo em local seguro.

Lá é diferente

De acordo com a lei britânica, qualquer objeto numismático (isto é, moedas/dinheiro de uso corrente) feito de ouro ou prata há mais de 300 anos, se transforma em propriedade do Estado.

Para não sair no prejuízo, o descobridor do tesouro recebe uma quantia justa regulada pelo mercado, após uma avaliação de preço de compra.

Depois, o governo toma a coleção e, posteriormente, ela é destinada a um museu.

Todas as moedas – exceto uma – foram confeccionadas há cerca de 290 anos. Assim, elas não são, do ponto de vista técnico, consideradas um tesouro (uma descoberta com posse privada). Inclusive elas podem ser leiloadas normalmente.

Popularmente, a cozinha é uma área central de qualquer casa. É lá que se reúne a família, discutem-se assuntos em torno da mesa e que preciosidades culinárias são feitas dentro dela. Com essa descoberta, a cozinha reformada do casal ficou a peso de ouro, tamanha a valorização dos itens e da pouca probabilidade de se achar algo que se costuma ser mais comum em navios naufragados.