No coração da África, uma raridade vem à luz do sol para deleitar os olhos de quem a vê pela primeira vez. Essa frase, escrita num tom de propaganda cinematográfica, não se refere a nenhum filme que estreará nas plataformas digitais ou nas telas grandes.
Mas, se encaixa muito bem para uma pedra preciosa; mais especificamente uma esmeralda que foi achada numa mina localizada na Zâmbia.
Depois de emergir da escuridão da terra em julho de 2021, a raridade esculpida pela Natureza precisava ser atestada como a mais pesada de todas as esmeraldas extraídas no mundo.
Sinal verde
A esmeralda, em seu estado bruto, pesa 1,5 kg e foi achada por uma equipe comandada pelos geólogos Manas Banerjee e Richard Kapet. O local da exploração fica na província de Copperbelt e possui um formato curioso: foi batizada de Chipembele que, no dialeto local da província, significa “rinoceronte”.
De lá para cá, foi mais de um ano para a divulgação da façanha; é que a pedra necessitava passar por uma avaliação técnica como estrutura, análise química, formato e uniformidade em sua composição. Para cumprir esta etapa, a esmeralda foi objeto de estudo no Instituto Gemológico da América, cuja sede fica nos Estados Unidos.
Era uma exigência do próprio “Livro dos Recordes” a fim de ratificar tanto a integridade natural quanto a comprovação de que a esmeralda não tivesse sofrido qualquer manipulação ou processo de corte do material.
Agora sim, a façanha está escrita no “Guinness Book” e a mineradora responsável pela área na Zâmbia descreveu a preciosidade que apresenta um tom verde dourado. Ela prossegue dizendo que sua característica original atrairá os compradores, principalmente os que possuem a intenção de produzir esmeraldas facetadas de boa qualidade.
Ou seja, uma pista para, após o processo de lapidação e polimento, fabriquem-se adornos e joias.
Terra pródiga
A mina de Copperbelt tem mostrado a fartura de seus objetos ocultos nos últimos anos. Explicando melhor: duas outras esmeraldas de proporções semelhantes foram encontradas na mesma mina.
Em 2010, uma gema pesava cerca de 1,245 kg; oito anos depois, descobriu-se uma menor, mas não menos significativa esmeralda de 1,131 kg.
Assim como Chipembele, essas pedras também foram batizadas no dialeto local. Receberam o nome de “Insofu” e “Inkalamu”, palavras que desginam os Animais: elefante e leão.
Ao que tudo indica o “rinoceronte” verde já tem dono, pois a mineradora “Gemfields” não hesitou e colocou a preciosidade para ser leiloada. O sortudo foi uma fornecedora de pedras preciosas situada em Israel. A transação teria ocorrido em novembro de 2021.
Valores da compra não foram divulgados, mas o dinheiro envolvido no leilão foi doado ao Programa de Conservação de North Lwangwa, na Zâmbia. O objetivo de tal programa é ajudar na preservação do rinoceronte negro.