O Ministério da Economia declarou, na manhã desta sexta-feira (25), que o poder Executivo federal economizou R$ 1,02 bilhão nos últimos cinco meses com medidas preventivas de adoção de home office (ou teletrabalho) no serviço público, pressionadas pela pandemia do novo coronavírus.

Desse R$ 1,02 bilhão, R$ 859 milhões são de despesas relativas a custeio, como pagamento de conta de luz, água, serviços de impressão e comunicação. Já os outros R$ 161 milhões são vinculados a pagamentos de auxílios a servidores, principalmente às quantias relativas a transporte e movimentação de servidores.

O período de 5 meses engloba o intervalo entre abril e agosto, uma quinzena após a aplicação de medidas de isolamento social e paralisação da economia após a profusão de casos da Covid-19 Brasil afora.

No atual momento, o serviço público do Executivo federal está operando com 360 mil servidores federais em regime de home office, o que corresponde a 62% da capacidade da máquina do governo federal.

Home office forçado em tempos de pandemia

As medidas de adesão ao trabalho remoto já representam uma economia de profundo impacto nos cofres públicos e na administração da crise econômica.

O Governo percebe o impacto da economia de gastos com o home office desde o mês de agosto. Segundo informações da pasta divulgadas no mês passado, por exemplo, R$ 271,4 milhões foram economizados com deslocamentos e viagens a serviço do Executivo federal durante o período entre os meses de abril e junho.

A economia alcançou o volumoso número de 67,5% menor em relação ao mesmo período do ano passado.

Diárias, passagens e despesas com locomoção tiveram economia de R$ 471,251 milhões; serviços de energia elétrica tiveram de R$ 255,547 milhões; serviços de cópias e reprodução de documentos, por sua vez, de R$ 9,732 milhões; serviços de comunicação em geral, R$ 89,565 milhões; serviços de água e esgoto, R$ 32,942 milhões; e, por fim, auxílios para servidores, R$ 161 milhões.

Estudos analisam a adesão ao home office

Cristiano Heckert, secretário de gestão do Ministério da Economia, elogia a adesão ao home office e reforça a necessidade de um estudo de suas aplicações independentemente da pandemia do novo coronavírus. "A ampliação do teletrabalho, apesar de ter sido motivada pela pandemia do novo coronavírus, mostrou que é possível prestar serviços públicos com mais produtividade, aliado à diminuição no custeio administrativo", afirma o secretário.

Já em julho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou um conjunto de diretrizes que os órgãos do Executivo federal devem seguir para fazer a adesão ao home office, mesmo após a pandemia do novo coronavírus. A aplicação das medidas ficaria a critério e autonomia dos gestores máximos de cada órgão.

O conjunto de medidas criado em julho pela pasta visa apenas ser um guia para os órgãos que desejem fazer a transição para a operação em home office. Portanto, não é uma regra geral que deverá ser seguida obrigatoriamente pelas entidades que não visem aderir ao trabalho remoto.

Com o fim da pandemia, inúmeros servidores terão que retornar presencialmente aos trabalhos, especialmente no caso de professores e pesquisadores universitários.

Cristiano Heckert, por fim, afirma que a economia de recursos vai favorecer o retorno de serviços públicos de qualidade para a população, além de potencializar os investimentos. "Assim, será possível aumentar recursos para áreas finalísticas que afetam diretamente o cidadão", complementa o secretário da pasta.