Morreu na manhã desta quinta-feira, em São Paulo, o banqueiro Joseph Yacoub Safra. Dono do Banco Safra, ele tinha 82 anos e era apontado como o dono da maior fortuna no Brasil. De acordo com informações passadas pela assessoria de imprensa, ele morreu de causas naturais. Ele tinha 4 filhos e 14 netos.

De acordo com um levantamento publicado pela revista Forbes, o banqueiro havia se tornando neste ano o homem mais rico do Brasil, com uma fortuna estimada em quase 120 bilhões de reais. No mundo ele ocupava a posição de número 63.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) emitiu uma nota na qual lamentou o falecimento do banqueiro.

Em um trecho o texto diz que Safra foi “figura emblemática do setor bancário no país”. A nota também destacou as contribuições para museus, escolas e instituições e afirmou que ele seu legado no desenvolvimento da economia no Brasil ficará marcado para sempre.

De imigrante a homem mais rico do país

Safra nasceu na cidade de Beirute, no Líbano, em 1938, e veio para o Brasil na década de 60. Desde então passou a montar seu conglomerado financeiro no país, ao lado de seu irmão Moise Safra.

Seu pai já possuía um banco em seu país de origem e já possuía longa tradição no ramo financeiro. Ao chegar no Brasil, a família Safra se deparou com um sistema financeiro ainda rudimentar, tanto nas normas quanto nas práticas.

Joseph sempre mostrou astúcia e uma visão além do comum no ramo financeiro. Em 1998 ele notou que o mês de maio teria dois feriados nacionais e dois finais de semana e isso faria que o rendimento da caderneta de poupança tivesse um rendimento maior do que outras aplicações. Apostando nisso, ele investiu uma pequena fortuna em cadernetas da Caixa Econômica Federal e obteve lucros extraordinários.

Apesar de ser dono de uma grande fortuna, ele preferia levar uma vida simples e longe da exposição. Corintiano, ele gostava de acompanhar os jogos do alvinegro junto com seus filhos e sempre chegava ao estádio amparado por seguranças.

Safra x Safra

Durante muitos anos Joseph Safra queria comprar a parte do banco pertencente a seu irmão.

Com a recusa do parente a ceder sua parte, ele criou em 2004 o Banco J. Safra e passou o controle dessa nova instituição a seus filhos. Esse movimento acabou por fazer seu irmão lhe vender sua parte do banco por cerca de 2 bilhões de dólares.

Safra também atuou em outros ramos de Negócios, sendo sócio por mais de 20 anos da Aracruz Celulose S/A, que depois foi vendida ao Grupo Votorantim, empresa a qual ele chegou a ser sócio e faturando 570 milhões de dólares ao vender sua parte.

Em 2012 ele comprou o banco suíço Sarasin, o qual passou a se dedicar integralmente após passar o controle do Safra aos filhos.