O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu pela primeira vez de forma pública que o Governo federal está em negociações para retomar o auxílio emergencial ou algum outro tipo de ajuda financeira a cidadãos que ficaram desamparados durante a pandemia da Covid-19. Bolsonaro fez a declaração nesta segunda-feira (8).
O mandatário afirmou que está negociando com o ministro da Cidadania, Onyx Lorezoni, o ministro da Economia, Paulo Guedes, o ministro da Infraestrutura, Rogério Marinho, entre outros, um auxílio para as pessoas que ainda estão em uma situação bem difícil.
O líder do Executivo mencionou o ministro da Economia para afirmar que sabe que o governo federal está no limite do endividamento e que deve se preocupar com essa situação. Jair Bolsonaro afirmou que se deve ter um extremo cuidado com o mercado, com os contratos e com os investidores, que se deve respeitá-los, não se pode “quebrar nada disso”, pois se corre o risco de não ter como garantir que o país estará em uma situação melhor no futuro.
Mudança de opinião
O presidente da República desde o ano passado vinha se mostrando contrário à prorrogação do auxílio emergencial, que terminou em dezembro. Agora Bolsonaro acena com a possibilidade da volta do benefício em uma cerimônia ocorrida no Palácio do Planalto em que estiveram presentes os recém-eleitos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), respectivamente.
Ambos são defensores do retorno do auxílio emergencial desde quando estavam em campanha para a sucessão das Casas Legislativas.
De malas prontas
Na tarde da segunda-feira (8), o ocupante do Palácio da Alvorada afirmou ao programa "Brasil Urgente", da TV Band, que o Onyx Lorenzoni deverá ser transferido para a Secretaria-Geral da Presidência.
A informação já havia sido dada pela colunista Carla Araújo, do portal UOL. De acordo com fontes palacianas, a ida de Onyx para a Secretaria-Geral deverá acontecer depois do Carnaval. Antes, Lorenzoni, ainda ministro da Cidadania, estará envolvido nas negociações para o Bolsa Família e o auxílio emergencial.
Bolsonaro e o Centrão
Ainda na entrevista ao programa apresentado por José Luiz Datena, Bolsonaro falou sobre sua relação com parlamentares do Centrão, que ele classificou como “harmônica”, porém negou que irá ceder cargos em seu governo para o grupo em troca de apoio no Congresso Nacional.
Bolsonaro afirmou que todos os dias ele vê na mídia que o Centrão irá querer cargos nos ministérios. O mandatário afirmou que não existe negociação e que é a mídia que “presta um péssimo desserviço à nação”. O presidente Jair Bolsonaro, assim como seus filhos parlamentares, são conhecidos por suas duras críticas ao bloco. Bolsonaro fez várias críticas aos governos petistas por terem se aliado ao Centrão.