Os próximos meses podem se tornar desagradáveis para a maioria dos brasileiros que podem ter seu nome negativado no Serasa. Isso porque o agravamento da crise hídrica tende a encarecer as contas de luz, impossibilitando que muitos não consigam honrar seus compromissos mensais relativos às contas básicas.
Segundo informações da Serasa, cerca de 22,3% do total de débitos registrados em maio estão relacionados às contas básicas de energia, gás e água, e a tendência é de que esse número de inadimplentes aumente, devido ao crescente e sucessivo reajuste nos preços dos respectivos serviços.
Aumento no gás continuará a afetar a renda do brasileiro, diz Serasa
De acordo com o levantamento, cerca de 36,9 milhões de faturas no segmento estão atrasadas. Outro fator importante é o gás de cozinha que tem pressionado de forma incisiva as rendas das famílias impossibilitando que os compromissos feitos anteriormente sejam honrados.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Nathalia Dirani, gerente de marketing da Serasa, disse que "o aumento no valor das contas de luz e gás pode impactar o orçamento dos brasileiros e resultar no atraso do pagamento".
O levantamento feito em dezembro mostrou que houve um atraso recorde na história (23,6%) referente ao período de janeiro de 2018 a maio de 2021.
Houve uma queda em janeiro de 2020, mas o órgão afirmou que o aumento da inadimplência tem subido mês a mês com pequenas oscilações.
Preço da energia pode subir para R$ 7,50 a cada 100 KWh
Mediante a situação de falta de chuvas, as usinas térmicas passaram a ser acionadas encarecendo ainda mais a bandeira tarifária. A bandeira vermelha nível 2 já está vigente e cobra R$ 6,24 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos podendo subir para aproximadamente R$ 7,50.
Na semana anterior, a Petrobras chegou a anunciar um aumento de aproximadamente 6% no preço do gás de cozinha, décima quarta alta no preço do produto consecutiva. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em janeiro, o botijão de 13 kg custava em média R$ 76,86 aumentando para R$ 85 em abril, segundo dados do jornal Folha de S.
Paulo.
Na última quinta-feira (17), o Senado aprovou o texto que trata de mudanças, chamadas de "minirreforma do setor elétrico". Entidades do setor elétrico afirmam que o preço da luz vai encarecer, enquanto o Governo diz que a conta de luz poderá reduzir em até 7,36%. Diante desse impasse, o texto poderá ser analisado novamente, segundo informações do G1.
Produtos bancários ainda superam a inadimplência no Brasil
O pagamento do auxílio emergencial fornecido pelo governo Bolsonaro ao longo do ano passado e o adiamento de parcelas promovido pelos maiores bancos, o percentual de negativados devido à falta de pagamento das faturas de crédito e outros produtos financeiros, que ainda superam as demais inadimplências, variou entre 27,3% e 27,8%, mas voltou a subir no início deste ano de 2021, segundo informações da Serasa.
Entre as famílias mais vulneráveis que vivem na pobreza e extrema pobreza esses valores pesam sobremaneira. Essa desigualdade é percebida através de um levantamento recorte por região. Por exemplo, no Nordeste o índice foi de 25,4%. No Centro-Oeste o percentual é de 19,9% e no Sudeste, de 23,6% No Norte, os atrasos nas contas básicas chegaram a 29,7% do total de débitos. E, a menor foi de 8,4%, no Sul do país.