O avanço da vacinação contra o novo coronavírus (covid-19), ainda está ocorrendo de forma lenta, mas já fazem as multinacionais retomarem os planos de continuar seus investimentos no país. Nos últimos meses, após o início da vacinação, há um crescimento no número de companhias estrangeiras a anunciarem novos projetos de aquisições, aportes de capital ou expansão no Brasil.
Multinacionais anunciam retomada de investimentos no Brasil
Desde que a pandemia da Covid-19 se alastrou pelo país, os serviços e produtos foram paralisados ou prejudicados, mas empresas como o EDP, grupo português de distribuição e geração de energia, anunciou o plano de investir R$ 10 bilhões no Brasil para os próximos 5 anos.
Já a Renault, montadora francesa, disse que pretende aplicar R$ 1,1 bilhão em sua linha de produção nos próximos 2 anos, a iniciar ainda neste ano de 2021.
A Nestlé (marca de alimentos e bens de consumo), da Suíça, afirmou que fará um investimento de R$ 900 milhões em suas fábricas inseridas no Brasil.
A norueguesa Equinor, do setor de petróleo e gás, também revelou seu plano de investir US$ 8 bilhões, ao lado de suas parceiras por meio de um consórcio de exploração de petróleo, para dá início a extração no campo de Bacalhau, situado na Bacia de Santos. Espera-se que a operação seja iniciada em 2024. Segundo a presidente da Equinor, Veronica Coelho, existe uma perspectiva de longo prazo, onde a meta é investir mais de US$ 15 bilhões até 2030.
Investimentos estrangeiros despencaram em decorrência da pandemia da Covid-19
Os aportes estrangeiros são vistos por meio do IDP (indicador de investimentos diretos no País), divulgado pelo BC (Banco Central). Em 2020, os investimentos despencaram, mas de janeiro a maio deste ano de 2021, a entrada de recursos estrangeiros somou em cerca de US$ 22,5 bilhões.
O valor é 30% maior que no mesmo período do ano anterior, quando em março chegou à pandemia no país e o IDP acumulado foi acima de US$ 17 bilhões.
O índice foi o mais baixo de uma década e apesar de voltarem a crescer o caminho para atingir níveis de anos anteriores ainda é longo especialmente considerando que o último período de maio de 2020 a maio de 2021, os investimentos diretos representavam apenas 2,6% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo IBGE.
Segundo o Jornal O Globo, em 2020 o Brasil despencou cerca de 62% o que culminou em uma queda de 5 posições no ranking dos principais destinos do IED (Investimento Estrangeiro Direto), divulgados na última segunda (21) por meio da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). Entretanto, apesar das situações em que vive o Brasil atualmente, as condições passaram a ser mais vantajosas para a entrada ou retorno de estrangeiros após avanço da vacinação contra covid-19 no país.
Ambiente é favorável para novos investimentos, diz economista
Uma parte considerável do IDP é composta por reinvestimentos dos lucros obtidos no Brasil. Contudo, o investimento direto ainda é visto como um recurso que possui mais qualidade, porque é destinado diretamente à atividade produtiva nacional.
Para o economista Livio Ribeiro, pesquisador do Ibre/FGV e sócio da BRCG, o custo para entrar no país é relativamente baixo, devido à depreciação do real. Ele ressaltou que se configura em um ambiente favorável para aportes produtivos no curto prazo, mas apesar das incertezas o cenário ainda é melhor que o de seis meses atrás.