Na manhã de sábado (13), em assembleia na Praça Nossa Senhora de Salete, em Curitiba, professores e funcionários das escolas estaduais decidiram pela suspensão da greve iniciada no dia 25 de junho.
Na última sexta-feira (12) o estado apresentou nova proposta aos servidores. Na ocasião o governo propôs o pagamento de 2% da reposição em janeiro de 2020. Também faz parte da nova proposta a realização de novos concursos.
Embora tenham sido mencionados concursos para alguns cargos, nada se falou sobre a área de agentes educacionais. Para essas funções existentes nas escolas já não acontecem concursos há mais de uma década.
A última proposta do governo não foi a esperada pela categoria, mas mesmo assim foi decidido que a greve está suspensa. Quanto à reposição das aulas, foi dito que seria durante o recesso escolar que acontece a partir do dia 15 de julho, porém não há nada definido. O que se sabe é que será necessário a organização de um calendário de reposição que ainda precisa ser aprovado.
O que levou os servidores a entrarem em greve?
A ausência de reposição salarial desde 2015 fez com que professores estaduais do Paraná e outras categorias entrassem em greve no dia 25 de junho, por tempo indeterminado. O percentual de defasagem salarial do funcionalismo público já chega a 17%. Desde o mês de abril o governador Ratinho Júnior afirmava que não seria pago o reajuste da data-base.
Em virtude da ameaça de paralisação no dia 29 de abril, data em que professores foram atacados por bombas no ano de 2015, o governo criou uma comissão de negociação. Mesmo assim não houve acordo e a categoria de professores resolve deflagrar greve. O movimento foi aderido por outras categorias dias depois.
A proposta apresentada pelo governo de um reajuste total de 5,09% que seria paga até 2022, sendo que a primeira parcela de 0,5% seria paga neste ano, foi considerada indecente e a greve foi mantida.
No dia 1º de julho a Secretaria de Estado da Educação apresentou um balanço onde informa que houve adesão total à greve, de 4,2% das escolas e que cerca de 40% aderiram de forma parcial.
Inicialmente os servidores solicitavam um reajusto de 4,94% referentes às perdas do ano anterior. O governo afirmou que o pagamento parcelado da reposição até 2022 causaria um impacto de R$ 2,1 bilhões no orçamento dos próximos anos.
Servidores protestam contra secretário de Educação
No dia 9 de julho aconteceu uma caminhada até o Palácio Iguaçu que contou com a participação de milhares de servidores e também de esposas de policiais. Durante a caminhada houve manifestos contra o secretário de Educação Renato Feder. Uma das manifestações foi contra a realização de prova para contratação de profissionais temporários, defendida pelo secretário. No mesmo dia, centenas de servidores públicos ocuparam a Assembleia Legislativa do Paraná, após manifestação de apoio do deputado Ricardo Arruda à proposta do governo em que a reposição de 5,09% seria paga em parcelas até 2022.
O governo acredita ter colocado fim na greve mas, é possível que novas paralisações possam acontecer. Uma nova assembleia acontece no dia 10 de agosto. A grande maioria avalia o movimento com vitorioso, mas que ainda é necessário acompanhar a evolução da receita.