Sempre lembrada como uma das prioridades para uma sociedade melhor e um país mais organizado, consciente e desenvolvido, a Educação no Brasil anda em alguns descompassos positivos e negativos.

Ao menos, é o que indica a pesquisa do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) realizada pelo IBGE em 2018.

Direito previsto na Constituição de 1988, a Educação tem que ser universalizada, isto é, a Escola é uma instituição necessária que todo brasileiro deveria frequentar e participar. No papel, é uma garantia.

Entretanto, não é assim que funciona, pois o analfabetismo persiste em determinadas camadas sociais e raciais Brasil afora.

O ponto positivo, de acordo com a pesquisa do IBGE, é que houve uma variação na taxa de analfabetismo entre os anos 2016 e 2018. O índice caiu de 7,2% para os atuais 6,8%. Se observamos o total de pessoas que são analfabetas, o número é mais realista e preocupante: 11,3 milhões nunca pegaram num lápis e num caderno.

Em comparação com os anos de 2017/2018, o Brasil incluiu mais 121 mil pessoas que se sentaram nos bancos escolares.

Diretamente proporcional

A pesquisa do IBGE faz uma correlação entre nível educacional e faixa etária: quanto mais velha uma população, maior a constatação do analfabetismo.

Dessa forma, na camada social de 60 ou mais, a taxa baixou de 20,4% para 18,6%, ainda assim configurando como o maior percentual dentre todas as faixas etárias estudadas.

O Brasil possui quase 6 milhões de pessoas sem educação formal nessa camada.

O grau de educação entre mulheres e homens mostra um percentual desfavorável para elas: 19,1% contra 18% de homens não letrados.

Na amostragem por regiões geográficas, o Nordeste e o Norte são os que apresentam os maiores problemas de acesso à educação, embora no Nordeste tenha ocorrido pequena queda na taxa de analfabetos.

A pesquisa faz uma análise em função da cor/raça, onde se observa uma disparidade: enquanto 3,9% dos brancos com mais de 15 anos não sabem ler ou escrever, a estatística salta para 9,1% de negros e pardos não alfabetizados. Proporção quase igualmente verificada entre os mais de 60 anos: 10,3% de brancos e 27,5% de negros. É quase o triplo em ambos os números.

Caso prevaleça a tendência verificada no PNAD, o país enfrentará dificuldades de atingir a meta estabelecida de 6,5% de analfabetos em 2024. É o que aponta o parecer de técnicos do IBGE.

Concluindo etapa ou não

O PNAD aponta um dado animador em função da conclusão do ensino fundamental: em 2018, mais pessoas conseguiram finalizar o ensino médio completo. Mas, é curioso notar que as mulheres ganham nesse quesito, estudando mais do que os homens.

Para 40% das pessoas com mais de 25 anos, a educação básica é um sonho distante. Há aqueles que concretizam esse sonho, porém, 30,7% estão em defasagem escolar sob o critério ano letivo/idade.

O quadro é ainda pior para 46% dos entrevistados que não estudavam e nem trabalhavam.

E esse mesmo percentual afirmou que não buscava nenhum tipo de qualificação para o trabalho.

A metodologia aplicada pelo IBGE é feita por meio de questionários trimestrais, com perguntas voltadas para as características de escolaridade e distribuídos pelo território nacional.