Há cerca de um mês a rotina de pais, alunos e professores foi totalmente alterada com o fechamento de escolas dentro da proposta de isolamento social e combate à proliferação do coronavírus (covid-19). Cada rede estadual busca uma solução alternativa para os jovens não perderem o ano letivo, enquanto que a data oficial para a volta às aulas ainda não está totalmente estabelecida na maioria dos estados, pelo menos na maneira tradicional, presencial. O calendário escolar poderá estar comprometido com a necessidade de reposição de aulas se não iniciarem os trabalhos de alguma forma.
Para não se agravar os problemas e os estudantes não perderem o ano, uma das soluções em pauta é transformar aulas presenciais em ensino à distância como atividade complementar prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
O Estado de São Paulo anunciou a volta às aulas, mas dentro de um ambiente digital, composto de apostila, TV e aplicativo. A estratégia é vista pelo próprio governo Doria como um plano de contingência para recuperação dos alunos, com a meta de encaixar na grade um conteúdo equivalente a 800 horas letivas. Ainda não há previsão de retorno as atividades dentro de sala de aula.
A volta das atividades letivas no Estado, a maior rede pública do país, com 3,5 milhões de alunos, ficou acertada na modalidade a distância para a próxima segunda-feira (27).
As medidas, são todas "complementares", anunciou o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares. Ele reconheceu que uma parte pequena dos estudantes não serão atendidos, por falta de tecnologia ou até de energia elétrica em alguns pontos remotos do Estado, mas o secretário alega que irá recuperar esse grupo com outras estratégias, ainda não anunciadas.
Ele também informou que estas pessoas podem acompanhar as aulas com as apostilas.
O recesso escolar de julho foi antecipado para abril e terminou dia 20, portanto, ninguém perdeu horas de aula ainda. Até o dia 27 será um período de adaptação e planejamento das escolas para a nova modalidade, além de treinamento de professores para utilizar as novas ferramentas tecnológicas.
As apostilas foram colocadas como uma forma de atender alunos que não tenham acesso à internet ou aparelho de TV, atingindo a população de baixa renda, mas perderão impacto educativo sem a tecnologia.
Quem possui acesso à internet poderá baixar e utilizar um aplicativo específico, com aulas ao vivo e interação com professores via chat ou até vídeo. São Paulo garante que formalizou uma parceria com empresas de telecomunicação para custear o acesso de professores e alunos aos celulares.
Na forma física, um novo kit de material escolar foi criado, com apostilas de matemática, português e gibis, que complementam o material corrente de um ano letivo (livros didáticos e apostilas). Esse conjunto será distribuído nas escolas com a ajuda de policiais militares e de transporte escolar.
Mato Grosso retoma dia 4 de maio
Em Mato Grosso, o governo Mauro Mendes autorizou a volta as aulas presenciais em escolas e universidades a partir de 4 de maio, como também o funcionamento de parques e de atividades religiosas - nestes dois casos, com número limitado de participantes nos locais e uso obrigatório de máscaras.
Minas Gerais briga com sindicato pelo retorno das aulas
Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema entrou na Justiça para que os professores retomem o trabalho em sala de aula enquanto o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) conseguiu uma liminar na Justiça para que os servidores não retornem às escolas.
O plano inicial da Secretaria da Educação mineira era retomar as aulas de forma não-presencial dia 11 de maio, com o uso de teleaulas transmitidas pela emissora estatal Rede Minas.
No Distrito Federal, governo muda de ideia e agora quer abrir escolas
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, havia declarado que não iria relaxar o isolamento social, mas mudou de ideia, seguindo determinação do Presidente da República, com quem se reuniu no dia 20, e nesta quarta-feira (22) declarou que quer reabrir as escolas em 10 dias. Mas enfrentará forte oposição sindical. O Sindicato dos Professores do DF (Simpro-DF) rebateu a iniciativa do governador considerando que Ibaneis colocará o brasiliense na rota das elevadas taxas de contaminação e morte, se retornar as aulas num momento de pico de contágio.
Bolsonaro exigiu que as escolas cívico-militares retomem as aulas a partir do dia 27 (segunda-feira) no Distrito Federal.
Com isso podem ser reabertos também o Colégio Militar e colégios da Polícia Militar e dos Bombeiros.
Rio de Janeiro terá ensino à distância a partir do dia 30
No Rio de Janeiro, a Secretaria da Educação adiou a volta às aulas que estava prevista para o dia 30 de março, e aposta em atividades à distância que ainda não aconteceram e devem iniciar no próximo dia 30 de abril (quinta-feira). Alunos sem acesso à internet receberão material educativo em casa, e se necessário, posteriormente, aulas de reforço. No Estado, a paralisação na rede pública e privada pode chegar a três meses.
Rio Grande do Sul paralisa escolas e universidades
Escolas e universidades públicas e privadas seguem sem aulas no Rio Grande do Sul.
O governador Eduardo Leite determinou suspensão de atividades escolares até o dia 30 de abril para combater a proliferação do coronavírus no Estado. O prazo para retorno de atividades nessas instituições era para o dia 3 deste mês. Entretanto, o avanço do coronavírus, que atingiu 50 cidades, com 274 casos confirmados, forçou o governador a prorrogar o prazo para mais quatro semanas. Não estão previstas atividades à distância.